Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Canadá publicado na quarta-feira (26), na versão online da revista científicaThe Astrophysical Journal, dobra o número conhecido de rajadas rápidas de rádio repetitivas emanando de galáxias distantes.
Esses eventos, também chamados de explosões rápidas de rádio (FRBs), são tão poderosos que podem ofuscar toda a galáxia da qual se originam.
Uma equipe liderada por astrônomos do Observatório Rádio Astrofísico Dominion, usando o telescópio “Experiência Canadense de Mapeamento da Intensidade do Hidrogênio” (CHIME), e da Universidade de Toronto, encontrou 25 novos FRBs repetitivos, elevando o total conhecido para 50.
Segundo os autores, a nova pesquisa pode ajudar os cientistas a descobrir o que causa essas explosões e também sugere que muito mais FRBs poderiam eventualmente repetir do que se pensava anteriormente.
Vários FRBs foram detectados na última década, mas a maioria deles não se repete – só foi vista “estourando” uma vez. Apenas uma pequena fração, no entanto, foi observada se repetindo, o que levou os astrônomos a questionar se FRBs repetidos e não repetitivos vêm das mesmas fontes.
O fato de que esses dois tipos de FRBs parecem ter características diferentes – incluindo quanto tempo duram e a faixa de frequências em que são vistas – aponta para origens diferentes.
A chave para confirmar essa suspeita é a descoberta de FRBs mais repetitivos, o que foi possível neste novo estudo graças ao desenvolvimento de um novo conjunto de ferramentas estatísticas pela equipe, que também investigou dados de arquivo para analisar todos os FRBs repetitivos já observados.
“Agora podemos calcular com precisão a probabilidade de que duas ou mais explosões vindas de locais semelhantes não sejam apenas uma coincidência”, disse o coautor do estudo Ziggy Pleunis, pós-doutorando do Instituto Dunlap de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Toronto, em um comunicado. “Essas novas ferramentas foram essenciais para este estudo e também serão muito úteis para pesquisas semelhantes daqui para frente”.
Radiotelescópios como o CHIME têm sido fundamentais na detecção de FRBs. Nos últimos anos, as observações passaram de dezenas para milhares, e muito disso é graças à capacidade desse equipamento de escanear todo o céu do norte diariamente.
“É emocionante que o CHIME tenha visto vários flashes dos mesmos locais, pois isso permite a investigação detalhada de sua natureza”, disse o coautor do estudo Adaeze Ibik, estudante de doutorado da Universidade de Toronto. “Fomos capazes de aprimorar algumas dessas fontes repetitivas e já identificamos prováveis galáxias associadas para duas delas”.
As descobertas da equipe também podem ajudar a restringir a busca pelas origens dos FRBs. “Os FRBs são provavelmente produzidos pelos remanescentes de mortes estelares explosivas. Ao estudar fontes repetidas de FRB em detalhes, podemos examinar os ambientes em que essas explosões ocorrem e entender melhor os estágios finais da vida de uma estrela”, disse Pleunis.
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Fonte: Olhar Digital
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