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Várias cidades foram atingidas, incluindo a capital Kiev, que teve uma linha de energia elétrica cortada e não era alvo de ataques com mísseis há mais de 50 dias
A Rússia lançou na madrugada desta sexta-feira, 28, o maior ataque à Ucrânia em mais de um mês, horas antes de Kiev anunciar que os preparativos para sua contraofensiva “estão chegando ao fim”. Os bombardeios feitos com mísseis e drones atingiram várias cidades e provocaram ao menos 19 mortes. “O terror russo deve ter uma resposta adequada da Ucrânia e do mundo. E isso vai acontecer”, afirmou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, após os ataques. “Cada ataque deste tipo, cada ato maligno contra nosso país e nosso povo aproxima o Estado terrorista do fracasso e da punição”, acrescentou Zelensky no Telegram. O ataque com mísseis foi lançado “por volta das 4h” (22h de Brasília, quinta-feira) a partir de bombardeiros estratégicos russos do tipo Tu-95 localizados na área do Mar Cáspio, segundo as Forças Armadas. O exército ucraniano anunciou no Telegram que derrubou “21 mísseis de cruzeiro X-101/X-555 de um total de 23 e dois drones” no país.
Em Uman, uma cidade de 80 mil habitantes na região central do país, ao menos 14 pessoas morreram quando um míssil atingiu um prédio residencial, informou o ministério do Interior. Em Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, outro ataque deixou dois mortos, uma mulher e um menino de três anos, afirmou o prefeito Boris Filatov. Em Kiev, uma linha de energia elétrica foi cortada ao ser atingida por destroços que também provocaram o bloqueio de uma estrada, segundo as autoridades. Na localidade de Ukrainka, próxima da capital, os estilhaços de um míssil derrubado atingiram um edifício. Uma menina ficou ferida e foi hospitalizada, segundo o governador Ruslan Kravchenko. A Rússia bombardeou de modo incessante as cidades ucranianas e a infraestrutura do país durante o inverno (hemisfério norte, verão no Brasil), mas o ritmo dos ataques diminuiu nos últimos meses. A capital Kiev não era alvo de ataques com mísseis há mais de 50 dias.
A possibilidade de uma contraofensiva do exército ucraniano, apoiada pelos equipamentos enviados pelas potências ocidentais, significa que a guerra entrará em uma nova fase, mais de um ano após o início da invasão, em fevereiro de 2022. “Os preparativos estão chegando ao fim”, afirmou o ministro ucraniano da Defesa, Oleksiy Reznikov, em referência à contraofensiva aguardada há vários meses para tentar retomar territórios ocupados pela Rússia no leste e sul do país. A Ucrânia afirma há vários meses que pretende iniciar uma ofensiva decisiva para reverter o curso da invasão e libertar áreas sob controle russo, que representam quase 20% de seu território. Ao mesmo tempo, a Rússia mobilizou centenas de milhares de reservistas para manter seus avanços territoriais no leste e no sul da Ucrânia. O Kremlin mantém o objetivo de conquistar a totalidade do Donbass, uma região conhecida por sua atividade industrial.
Os combates entre as tropas russas e os ucranianos estão concentrados no leste do país, onde acontece uma batalha violenta pelo controle da cidade de Bakhmut, que está praticamente destruída. Apesar do apoio na linha de frente dos paramilitares do grupo russo Wagner, as tropas de Moscou não conseguiram conquistar a localidade, que vários analistas consideram não representar um interesse estratégico. Para a Rússia, o objetivo em Bakhmut é exibir uma vitória, após várias derrotas humilhantes no segundo semestre do ano passado. A Ucrânia justifica o desgaste nesta batalha para limitar as possibilidades de avanço do exército russo na direção do Donbass. O vice-primeiro-ministro russo Marat Khusnullin afirmou nesta sexta-feira que visitou Bakhmut e prometeu que a Rússia reconstruirá a localidade.
Nesta sexta-feira, meio em meio ao ataque, o governo da Ucrânia pediu à Rússia para que autorize os cidadãos ucranianos que desejam atravessar a linha de frente rumo ao território controlado por Kiev. “Milhares de ucranianos querem retornar ao território controlado pela Ucrânia”, disse a ministra ucraniana de Reintegração, Irina Vereshchuk, segundo a agência de notícias nacional “Ukrinform”. Estes ucranianos “querem escapar do inferno que a Rússia lhes criou nos territórios temporariamente ocupados”. “Pedimos a abertura de corredores humanitários”, declarou Vereshchuk.
*Com informações da AFP e EFE
Fonte: Jovem Pan News
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