A Mitsubishi está envolvida em diversas indústrias altamente poluentes: produção de carros, plásticos, carvão, gás natural e petroquímicos. Como uma solução para empresas nesses setores, existe a compra de créditos de carbono, que compensa as emissões. Na prática, essa é uma forma simples continuar poluindo. Agora, a montadora quer se tornar a maior revendedora mundial de créditos.

Mitsubishi e NextGen

Projetos sem eficácia comprovada

Apesar de a iniciativa parecer sustentável, o NextGen prometeu comprar 200 mil toneladas métricas de créditos de carbono. O número pode parecer alto, mas, na prática, equivale à emissão de uma única usina de carvão durante seis meses.

Além disso, a Mitsubishi está comprando os créditos de três tipos diferentes de projetos — todos eles com algum questionamento. A primeira é a Occidental Petroleum, que filtra o CO2 do ambiente para vender. A companhia vende o que chama de “petróleo líquido zero” por meio de um processo de injetar carbono em um campo de petróleo de difícil acesso.

O segundo projeto quer capturar CO2 para produzir etanol. A iniciativa já motivou protestos contra sua proposta de oleodutos de dióxido de carbono, que atravessariam plantações de milho nos Estados Unidos. Segundo pesquisas, o etanol tem sido mais prejudicial ao meio ambiente do país do que a gasolina por causa das emissões agrícolas.

O último tem sede na Finlândia e produz créditos de carbono a partir da produção de biochar, um tipo de carvão que pode ser feito aquecendo resíduos agrícolas e florestais. Porém, grupos ambientalistas já alertaram que não há evidências suficientes para mostrar que a prática pode lidar com as mudanças climáticas. Esse mesmo problema foi observado nos dois outros projetos.

Com informações de The Verge