Redes sociais e aplicativos de mensagens têm sido alvo de escrutínio no mundo inteiro. Recentemente, o Telegram foi bloqueado no Brasil após recusar-se a disponibilizar dados para uma investigação da Polícia Federal sobre grupos neonazistas na plataforma. No último domingo (30), repórteres do Fantástico divulgaram como o Discord – um aplicativo de bate-papo e transmissão focado em games – também tem incentivado comportamentos violentos e criminosos.
Segundo a reportagem, menores de idade estão sendo expostos a conteúdos perturbadores na plataforma. Trata-se de vídeos e conversas que incentivam a automutilação, crueldade contra animais e pedofilia – muitas vezes, no contexto de “desafios”.
Entre o material visto pela equipe de repórteres, tinha fotos e vídeos de pessoas se ferindo, uma jovem sendo violenta com um gato e outra que colocou fogo em uma casa.
Tudo pode acontecer em uma transmissão ao vivo. Durante essas interações, os agressores se sentem protegidos pelo anonimato e, a menos que alguém grave, nada fica registrado. Aliado a isso, a falta de monitoramento e a dificuldade de fiscalização colaboram para a plataforma seguir disseminando esses conteúdos.
O que acontece no Discord, no entanto, está longe de ser um evento isolado. A Safernet, associação civil que recebe denúncias de violações aos direitos humanos na internet no Brasil, percebe que houve um crescimento da violência no país.
Nos Estados Unidos, o Discord e outros aplicativos estão sendo processados pela família de uma menina que, aos 11 anos, foi vítima de exploração sexual nas redes e tentou se suicidar.
No Brasil, atualmente as plataformas não são responsáveis pelo que é divulgado nelas e só são obrigadas a retirar um conteúdo do ar após uma ordem judicial. Porém, um projeto de lei que quer estabelecer regras para a regulação de plataformas digitais será votado nesta terça-feira (2) na Câmara de Deputados.
Em nota ao Fantástico, o Discord disse: “Estamos colaborando ativamente com o governo e agências de aplicação da lei no Brasil e nos Estados Unidos, enquanto trabalhamos para o objetivo comum de prevenir danos”.
Como procurar ajuda
Caso você testemunhe alguma violência de direitos humanos em aplicativo ou rede social, faça sua denúncia pelo telefone (Disque 100), na delegacia mais próxima de você ou pelo canal oficial do Ministério da Justiça. Se você tem pensamentos de automutilação, procure ajuda no Centro de Atenção Psicossocial de sua cidade.
Fonte: Olhar Digital
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