Terremotos lunares são movimentos sísmicos que acontecem nas luas por causa da influência gravitacional dos planetas que orbitam. Uma nova pesquisa aponta que esses fenômenos podem ter suavizado a superfície dos satélites gelados de Júpiter e Saturno.
A influência gravitacional que os gigantes gasosos exercem sobre suas luas fazem com que elas sejam constantemente esticadas e espremidas, provocando movimentos sísmicos que quebram a crosta congelada desses satélites.
Autores de um artigo recentemente publicado na versão online da revista Icarus acreditam que esses eventos sísmicos também acarretam deslizamentos de material que acabam por criar terrenos suaves, dando pistas de como as superfícies lunares evoluem.
Algumas luas, como Europa e Ganimedes, de Júpiter, e Encélado, de Saturno, possuem uma característica em comum que é a presença de cordilheiras e áreas relativamente planas ao redor delas. Até então, os pesquisadores pensavam que essas paisagens tinham sido criadas pelo líquido expelido dos criovulcões.
No estudo, os pesquisadores pontuam que não é necessário a presença de líquido nas superfícies lunares para criar as planícies. Os terremotos lunares que geraram as cordilheiras foram tão fortes a ponto de fazer com que detritos rolassem superfície abaixo e acabassem suavizando o terreno.
Para concluir isso, os pesquisadores mediram as dimensões das cordilheiras e aplicaram medições e modelos sísmicos que simulavam o poder dos terremotos lunares.
Descobrimos que o tremor da superfície devido aos terremotos seria suficiente para fazer com que o material da superfície descesse em deslizamentos de terra. Estimamos o tamanho dos terremotos e quão grandes os deslizamentos de terra poderiam ser. Isso nos ajuda a entender como os deslizamentos de terra podem estar moldando as superfícies lunares ao longo do tempo
Mackenzie Mills, principal autor da pesquisa, em comunicado
Os pesquisadores ficaram impressionados principalmente com a força das atividades sísmicas em Encélado. Isso porque a lua de Saturno tem apenas 3% da superfície da lua Europa, de Júpiter.
Devido à pequena gravidade dessa lua, os terremotos na pequena Encélado podem ser grandes o suficiente para lançar detritos gelados da superfície para o espaço como um cachorro molhado se sacudindo
Robert Pappalardo, coautor da pesquisa
Com a missão Europa Clipper, da NASA, indo para Europa em 2024, os pesquisadores esperam ter uma melhor compreensão dos modelos geológicos que moldaram essa lua ao longo do tempo, e se eles continuam a acontecer atualmente.
Fonte: Olhar Digital
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