Sexta-feira, Dezembro 5, 2025
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Filé de peixe feito em impressora 3D: você comeria?

Cientista segurando filé de peixe impresso em impressora 3D

Uma empresa israelense de tecnologia voltada para alimentos diz que conseguiu fazer, pela primeira vez, filé de peixe numa impressora 3D. A carne, que já sai pronta para cozinhar, foi feita com células animais cultivadas em laboratório.

Carnes bovina e de frango criadas em laboratório chamaram atenção, como forma de contornar impacto ambiental da agricultura e enfrentar preocupações com o bem-estar animal. Mas poucas empresas investem em frutos do mar.

Filé de peixe impresso

Pessoa segurando alimento feito com filé de peixe impresso em impresso 3D
Filé tem a descamação do peixe tradicional e, quando frito e temperado, fica difícil notar a diferença, segundo a empresa (Imagem: Reuters)

A Steakholder Foods, de Israel, agora firmou parceria com Umami Meats, com sede em Cingapura, para comercializar filés sem a necessidade de perseguir populações – cada vez menores – de peixes.

Parceria funciona assim: a Umami Meats extrai células – por enquanto, de garoupa – e as transforma em músculos e gordura. Depois, a Steakholder Foods os adiciona a uma “bio-tinta” adequada para impressoras 3D especiais. O resultado: um filézinho que imita propriedades do peixe pescado no mar.

A Umami espera lançar seus primeiros produtos no mercado em 2024, começando por Cingapura e depois, dependendo da regulamentação, países como Estados Unidos e Japão.

Impressão de filés

Tigela com espécie de yakissoba e filés de peixe impresso em cima
Chegar ao preço do peixe (real) do mar está entre metas da empreitada (Imagem: Reuters)

Atualmente, o cultivo de células em laboratório ainda é muito caro para igualar ao custo dos frutos do mar tradicionais. Por isso, células de peixe são diluídas com ingredientes à base de plantas na bio-tinta.

Com o passar do tempo, complexidade e nível desses produtos serão maiores. E os preços associados à sua produção diminuirão.

Arik Kaufman, CEO da Steakholder Foods

Na hora de imprimir os filés, um prato de vidro desliza para frente e para trás na impressora 3D. Enquanto isso, um filete branco, do comprimento de um dedo, forma a massa a cada passagem. A “carne” tem a descamação do peixe tradicional e, quando frito e temperado, fica difícil notar a diferença, segundo a empresa.

Desvantagens

Cientista analisando células animais cultivadas em laboratório
Obstáculo para desenvolvimento desse tipo de filé é quantidade limitada de cientistas estudando células de peixe (Imagem: Reuters)

O processo para imprimir filés de peixe é mais simples do que carne bovina. Mas há algumas desvantagens. É que sabe-se muito mais sobre células-tronco de vacas do que peixes.

Temos que descobrir o que as células gostam de comer, como elas gostam de crescer, e não há muita literatura para começar. O número de cientistas trabalhando em biologia de células-tronco de peixes é uma pequena fração daqueles que trabalham em células animais e humanas.

Mihir Pershad, CEO da Umami

Eles descobriram um processo para garoupa e enguia e esperam adicionar outras três espécies ameaçadas de extinção nos próximos meses, acrescentou o executivo.

Pershad também disse que chegar ao preço do peixe (real) do mar é um desafio fundamental. “Queremos que os consumidores escolham com base no sabor e no que podem fazer pelo mundo e pelo ambiente planetário. E queremos levar em consideração o custo”, disse.

Fonte: Olhar Digital

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