Um artigo publicado na revista Astronomy & Astrophysics mostra uma imagem captada pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) na Nebulosa de Órion, berçário estelar que fica a 1.350 anos-luz da Terra. Além de impressionar pela beleza, o registro deixou os cientistas intrigados.
Obtida pelo instrumento Multi-Unit Spectroscopic Explorer (MUSE) do Very Large Telescope (VLT) do ESO, que fica no norte do Chile, a foto captura uma impressionante forma “S” de um jato de material expelido por um jovem objeto estelar.
Conforme destaca o site Space.com, a impressão que dá é que a estrela, denominada 244-440, está ejetando matéria como se fosse um aspersor de jardim (aquele equipamento fincado no chão que gira disparando água para irrigar as plantas).
Mas, o que explica esse peculiar processo de dispersão de matéria observado na Nebulosa de Órion? Segundo os autores do estudo, o mistério pode ter sido desvendado. A natureza curva do jato sugere que ele pode estar vindo de uma estrela orbitando outra estrela.
“Estrelas muito jovens são frequentemente cercadas por discos de material que caem em direção a elas. Parte desse material pode ser expelido em jatos poderosos perpendicularmente ao disco”, diz um comunicado do ESO. “O jato em forma de S de 244-440 sugere que o que se esconde no centro deste objeto não é uma, mas duas estrelas orbitando uma à outra. Esse movimento orbital muda periodicamente a orientação do jato”.
Outra explicação para o que está acontecendo no berçário estelar de Órion
Existe também outra teoria que pode explicar essa dinâmica. De acordo com o comunicado, a radiação de outras estrelas na nuvem de Órion – uma região de formação estelar extremamente ativa – poderia alterar a forma do jato, criando o fluxo sinuoso de matéria observado.
O MUSE foi utilizado para mapear a distribuição de ferro, nitrogênio e oxigênio ao redor da estrela jovem, representados pelas cores vermelha, verde e azul captadas na foto. O instrumento captura dados em diferentes comprimentos de onda (cores), simultaneamente, permitindo aos astrônomos mapear a composição do gás e como ele se move.
Ele é equipado com tecnologia avançada de óptica adaptativa que corrige o efeito de embaçamento da atmosfera da Terra que, não fosse isso, distorceria imagens de objetos astronômicos.
Essa tecnologia permite que o MUSE forneça registros ainda mais nítidos do que as capturas feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, da NASA.
No caso da nova foto de 244-440, essa é a imagem mais nítida já obtida desse objeto estelar, oferecendo informações valiosas sobre como as estrelas nascem em nuvens massivas como Orion, segundo o comunicado do ESO.
Fonte: Olhar Digital
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