Esta semana será movimentada para a Lua, com pelo menos quatro eventos acontecendo exatamente no mesmo dia. Na quarta-feira (17), o astro vai atingir o periélio, entrar em conjunção com Mercúrio e também com Júpiter, além de provocar um “eclipse” do maior planeta do Sistema Solar.
De acordo com o siteIn-The-Sky.org, tudo começa às 9h40 da manhã, quando a Lua vai compartilhar a mesma ascensão reta com Júpiter, aparecendo muito próximo a ele no céu – é a esse fenômeno que os astrônomos dão o nome de conjunção. (Todos os horários aqui mencionados têm como referência o fuso de Brasília).
Ao mesmo tempo, ocorre o chamado appulse, termo que se refere à separação mínima aparente entre dois corpos no céu, de acordo com o guia de astronomiaStarwalk Space.
O que diferencia as duas expressões é que, embora o termo “conjunção” também seja utilizado popularmente para representar uma aproximação aparente entre dois astros, tecnicamente, a conjunção astronômica só ocorre no momento em que os dois objetos compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre).
Do ponto de vista de um observador baseado em São Paulo, os dois estarão visíveis juntos das 4h35 até mais ou menos 16h. A Lua estará em magnitude de -9.4, na constelação de Áries, e Júpiter com magnitude de -2.1, na constelação de Peixes.
Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
Ocultação lunar de Júpiter
Assim que se aproximar de Júpiter, a Lua passará na frente dele, causando um “eclipse” do planeta (evento que, na verdade, se chama ocultação lunar), que será observável do Canadá, EUA, Groenlândia, México, Cuba, parte da Europa, entre outros territórios.
Como a Lua está muito mais perto do nosso planeta do que outros objetos celestes, sua posição no céu difere dependendo da localização exata do observador na Terra devido à sua grande paralaxe (diferença na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo, tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento).
A posição da Lua vista de dois pontos em lados opostos da Terra pode variar em até dois graus, ou quatro vezes o diâmetro da lua cheia. Isso significa que se a Lua estiver alinhada para passar na frente de um objeto específico para um observador posicionado em um lado da Terra, ela aparecerá até dois graus de distância desse objeto do outro lado do globo.
No mapa acima, contornos distintos mostram onde o desaparecimento de Júpiter é visível (em vermelho) e onde será possível testemunhar seu reaparecimento (em azul). Os riscos sólidos exibem onde a ocultação provavelmente será visível através de binóculos a uma altitude razoável no céu. Os contornos pontilhados, por sua vez, indicam onde o evento ocorre acima do horizonte, mas pode não ser visível devido ao céu estar muito claro ou a Lua muito perto do horizonte.
Fora dos contornos, a Lua não passa na frente de Júpiter em nenhum momento, ou está abaixo do horizonte no momento da ocultação.
Lua atinge o periélio e faz conjunção com Mercúrio
Mais tarde, a Lua estará em conjunção com Mercúrio. Isso acontece às 22h36, pouco mais de uma hora depois que ela atingir o ponto de sua órbita mais próximo do Sol, chamado de periélio – quando ela estará a 1,009 unidades astronômicas (UA) da nossa estrela hospedeira – pouco mais de 151,3 milhões de km.
Assim como a grande protagonista dos eventos do dia, Mercúrio também estará posicionado na constelação de Áries, com magnitude de 1.6, sendo visível desde às 5h da manhã até depois da meia-noite.
Tanto na conjunção da Lua com Júpiter, quanto com Mercúrio, as duplas não estarão próximas o bastante para caber dentro do campo de visão de um telescópio, mas serão visíveis a olho nu ou com um par de binóculos.
Os próximos planetas a receber a visita da Lua este mês serão Vênus (23) e Marte (24). Essa série de conjunções ocorre porque ela orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.
Início de novo ciclo lunar
Ainda esta semana, na sexta-feira (19), a Lua entra na fase nova, que marca o início do mês em calendários lunares, como o muçulmano, e nos calendários lunissolares, tais como o judaico, o hindu e o budista.
Uma lunação ou ciclo lunar, como é chamado o intervalo de tempo entre luas novas, é sutilmente variável, com média de duração de 29,5 dias. Durante esse período, a Lua passa pelas quatro fases principais (nova, crescente, cheia e minguante), e cada uma se prolonga por aproximadamente sete dias.
Também existem as “interfases”: quarto crescente e crescente gibosa (entre as fases nova e cheia) e minguante gibosa e quarto minguante (entre a cheia e a minguante).
Fonte: Olhar Digital
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