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Valor é referente as reservar internacionais, conforme informado pelo Banco Central, que também notificou que as líquidas estariam bem abaixo deste número; na segunda-feira, 15, governo elevou a taxa de juros
Em meio à luta para combater a inflação de mais de 108% em 12 meses, que obrigou a Argentina a elevar, na segunda-feira, 15, a taxa de juros de 91% para 97% – a primeira de uma bateria de medidas que serão anunciadas pelo governo para combater a inflação -, o país também enfrenta a pior seca de sua história que afetou sua maior fonte de receita, o setor agroexportador. De acordo com dados da Bolsa de Comércio de Rosário, com a seca extrema, a produção de soja deve ser 45% menor em relação ao esperado Desde janeiro, a Argentina perdeu mais de US$ 5,5 bilhões (R$ 27 bilhões de reais na cotação atual) de suas reservas internacionais, que somam US$ 33,47 bilhões de dólares (R$ 164,3 bilhões de reais), informou o Banco Central. As reservas líquidas estariam bem abaixo deste número, segundo economistas. De acordo com dados da Bolsa de Comércio de Rosário, com a seca extrema, a produção de soja deve ser 45% menor em relação ao esperado. O índice da inflação em abril foi de 8,4%, o maior dado mensal em três décadas, com aumentos de 10% nas frutas e verduras, e o custo de vida subiu 32% no acumulado do ano.
“Até a semana passada, para uma compra cotidiana de leite, pão, uma coisa assim, gastava entre 3.000 e 3.500 pesos [US$ 12,4 ou R$ 60,88 na cotação desta segunda], hoje estou gastando 5.000 pesos [US$ 20,7 ou R$ 101,2]. Ou seja, essas diferenças… É terrível. Agora comprei para duas refeições e foram 5.000 ou 6.000 pesos, sem falar se comprar carne ou frango”, lamentou Fabiana San Pietro, dona de casa. Fontes do Ministério da Economia citadas pela agência estatal Télam explicaram que a importação de alimentos de forma direta e com tarifa zero tentará “reduzir o preço efetivo da venda ao público de produtos frescos – frutas, verduras, hortaliças e carnes – e produtos secos não perecíveis”. Segundo a imprensa, a taxa de juros de estímulo às compras a prazo para a aquisição de bens e serviços também será reduzida. O objetivo do Banco Central com a elevação da taxa de juros é “se mover para retornos reais positivos sobre os investimentos em moeda local [com vistas à rentabilidade] e agir imediatamente para evitar que a volatilidade financeira atue como motor das expectativas de inflação”, afirmou a autoridade monetária em comunicado oficial.
A medida adotada implica em um aumento de 600 pontos na taxa básica de juros e é o primeiro passo de um programa que inclui, entre outros, estímulos ao consumo e à importação de alimentos para conter um aumento dos preços ao consumidor, que disparou para 8,4% mensais em abril. O ministro da Economia, Sergio Massa, potencial candidato à Presidência pela situação peronista, ainda não detalhou em que momento as medidas serão anunciadas. Segundo a imprensa argentina, haverá uma abertura de importações em setores sensíveis, como alimentos frescos e têxteis, e um controle maior dos preços no comércio, juntamente com um reforço dos subsídios sociais, em um país onde a taxa de pobreza chegou a 39,2% no fim de 2022. O Fundo Monetário Internacional (FMI) está “avaliando as medidas”, disse um porta-voz da organização. “Seguimos discutindo [com a Argentina] formas de fortalecer o programa [pelo empréstimo de 44 bilhões de dólares – R$ 216 bilhões, na cotação atual] e garantir a estabilidade à luz da grave seca. Isto inclui políticas para melhorar a sustentabilidade fiscal e fortalecer as reservas, as duas essenciais para reduzir a inflação, protegendo, ao mesmo tempo, os mais vulneráveis”, assinalou a fonte do FMI.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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