Desde a década de 1980, inventores prometem transformar carros voadores de “De Volta para o Futuro” e “Os Jetsons” em realidade. Enquanto grandes nomes do setor – por exemplo, AirBus, Toyota e Hyundai – correm para desenvolver seus modelos de VTOL (veículo de decolagem e pouso vertical), uma fabricante australiana aposta na estratégia usada nos primórdios da história do automóvel.
Em 2024, a Alauda Aeronautics, com sede em Adelaide, planeja apresentar a primeira corrida de carros voadores tripulados do mundo no deserto australiano. Ideia é fazer da Airspeeder uma espécie de “Fórmula 1 nos céus”.
Corrida de carros voadores
A missão de Matt Pearson, fundador da Alauda, se inspira no que rolou entre 1886, quando Daimler Benz inventou o primeiro carro, e 1925, quando Henry Ford reduziu o custo de um Modelo T para cerca de quatro meses de salário de um trabalhador estadunidense, por meio da produção em massa.
O que aconteceu nesses anos intermediários? Os fabricantes de automóveis não se concentraram no compartilhamento de viagens. Eles se concentraram nas corridas. Henry Ford, Marcel Renault, Rolls Royce e até Tesla. Todos eles começaram no automobilismo.
Matt Pearson, fundador da Alauda Aeronautics, em entrevista à Al Jazeera
Alauda desenvolveu 11 aeronaves VTOL elétricas autônomas nos últimos seis anos. E, no começo de 2023, revelou sua primeira versão tripulada, o Mk4.
Alimentado por um motor turbo elétrico de célula de hidrogênio que fornece 1,3 mil cavalos de potência, é considerado a aeronave VTOL mais rápida já construída. Veículo atinge 360 quilômetros por hora em 30 segundos.
A partir de 2024, modelo será usado nas corridas da Airspeeder, que serão transmitidas globalmente pela Fox Sports Australia.
“No momento, o Mk4 custa milhões de dólares cada. Mas não vemos porque, eventualmente, eles não podem ter o mesmo preço de um Tesla”, disse Pearson. “O caro é não fazê-los. É a engenharia”, acrescentou.
Estratégia ambiciosa
Sonya Brown, especialista em design aeroespacial da Universidade de New South Wales, disse que o modelo de negócios da Alauda tem mérito. “Se olharmos para a Fórmula 1, muita tecnologia que veio de lá chegou aos veículos de passageiros”, disse, em entrevista à Al Jazeera.
Porém, a especialista acrescentou que não considera a estratégia melhor do que outras, por exemplo: táxis aéreos e ambulâncias aéreas. “Importante é que problema está sendo abordado de maneiras diferentes e isso mostra impacto que essa tecnologia pode ter no futuro”, disse.
A gigante de carona Uber foi pioneira no conceito de táxi aéreo, em 2017, com o lançamento da Elevate, uma joint venture (tipo de sociedade) com a Bell Helicopters, que visava criar rede de táxis voadores acessíveis via smartphone.
Em abril de 2023, o primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, anunciou que o primeiro serviço de táxi voador do mundo funcionaria em Dubai até 2026.
Nos EUA, o ex-presidente Donald Trump pediu, também em abril, investimentos maciços em aeronaves VTOL como parte de suas propostas de “salto quântico” para melhorar padrões de vida nos EUA.
Com informações de Al Jazeera
Fonte: Olhar Digital
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