Desde o dia 13 de março até agora os mares do planeta tem apresentado um recorde de temperaturas. As medições realizadas no dia 24 de abril atingiram uma média global de 21 graus Celsius, pelo menos 0,2 graus acima das médias mais quentes do mesmo período. Até então o ano mais quente nos oceanos do planeta era 2016.

Os dados climáticos são da Climate Reanalyzer da Universidade do Maine, plataforma muito utilizada entre cientistas da área. Apesar de parecer baixo, o aumento das temperaturas em tão pouco tempo assim é algo preocupante.

As hipóteses para o que pode estar causando o aumento das temperaturas dos oceanos é o aquecimento global causado pelo homem, o fim do La Niña, que atua no resfriamento da superfície das águas do Pacifico após três anos ou o início de um El Niño que eleva as temperaturas também podem ter influenciado.

O que o El Niño?

O El Niño acontece quando os ventos alisios que sopram para oeste próximo ao Equador desaceleram. Isso faz com que o calor não se dissipe na região do Oceano Indício e se concentre no Pacifico, aquecendo as águas.

No Brasil, o fenômeno diminui o volume de chuvas no Norte e Nordeste e aumenta no Sul. Além disso, ele eleva as temperaturas do inverno no Sudeste e no segundo semestre no Centro-Oeste.

A Organização Meteorológica Mundial calcula que é muito provável que o El Niño comece a se desenvolver em junho, o que faz com que alguns pesquisadores acreditem que o aumento das temperaturas do oceano seja por causa disso.

Do outro lado, é apontado que o aumento das temperaturas oceânicas em regiões que não são afetadas pelo fenômeno, como as regiões do Pacifico próximas ao Alasca e na costa da Espanha, vão na contramão dessa justificativa.

Este é um padrão incomum. Este é um evento extremo em escala global em áreas que não se encaixam apenas como influenciadas pelo El Niño. Esse é um sinal enorme. Acho que vai exigir um esforço nosso para entendê-lo de fato.

Gabe Vecchi, cientista climático em resposta ao G1

Aumento das temperaturas oceânicas e relação com o El Niño

O aumento das temperaturas da superfície do mar que desencadeou a alta nas médias globais aconteceu ao longo da Linha do Equador da costa oeste da América do Sul até o oeste da África, nos oceanos Índico e Pacifico, e na costa leste da América do Norte, onde as temperaturas chegaram a ser 13,8 graus Celsius mais altas do que a média de 1981-2011 no mês de março.

O aumento em algumas dessas regiões pode estar ligada ao El Niño, mas não compreende as regiões do Índico, que estão se aquecendo de forma independente ao fenômeno.

Caso seja realmente confirmado o El Niño o que pode-se esperar é um aumento drástico das temperaturas. Após três anos do La Ninã controlando os efeitos do aquecimento global, o aumento das temperaturas do oceano representa uma prévia do que irá acontecer nos próximos meses.