O CEO da OpenAI – e pai do ChatGPT – Sam Altman, testemunhará perante um comitê do Congresso dos EUA sobre sua empresa e a explosão da tecnologia de IA (inteligência artificial), a partir do final de 2022. “Evento”, agendado para esta terça-feira (16), é consequência da investigação de legisladores sobre como regular novo tipo de tecnologia.
Altman está no centro do boom da IA graças ao chatbot de IA da OpenAI, o ChatGPT, além de ser um dos líderes mais influentes dessa área. Tanto que já se reuniu com funcionários da Casa Branca, junto a outros CEOs de gigantes da tecnologia (por exemplo, Microsoft e Google), para conversar sobre riscos da IA, no começo de maio.
Agora, Altman responderá a perguntas de um subcomitê do Judiciário do Senado. Ele vai ser quase um porta-voz para empresas que avançam para implantar chatbots e outras ferramentas baseadas em IA para o público.
Tópicos do seu depoimento provavelmente incluirão riscos da IA, concorrência no setor, como governo deve lidar com isso e talvez até mesmo se robôs vão exterminar a raça humana – algo que o físico britânico Stephen Hawking acreditava ser possível.
O que esperar da audiência de Altman no Congresso?
A OpenAI quer que os EUA considerem obrigatoriedade de licenças para empresas desenvolverem “inteligência artificial poderosa”, como o tipo que sustenta o ChatGPT. É o que o CEO da empresa planeja dizer ao Congresso nesta terça, segundo a agência de notícias Reuters, que teve acesso ao testemunho por escrito.
Altman deve defender requisitos de licenciamento ou registro para IA com certos recursos. Dessa forma, os EUA podem exigir que empresas cumpram padrões de segurança, por exemplo, testando sistemas antes de seu lançamento e publicando os resultados. “A regulamentação da IA é essencial”, escreveu Altman nos comentários preparados, vistos pela Reuters.
Recentemente, um funcionário da OpenAI propôs a criação de uma agência de licenciamento nos EUA para IA, a Oasis (“Office for AI Safety and Infrastructure Security”). Altman não comentou sobre o Oasis no depoimento por escrito, mas defendeu “regime de governança flexível suficiente para se adaptar a novos desenvolvimentos técnicos” e “atualizar regularmente padrões de segurança”.
Outra testemunha ouvida nesta terça será Christina Montgomery, diretora de privacidade e confiança da IBM. Espera-se que ela exorte Congresso a concentrar regulamentação em áreas com potencial para causar danos maiores à sociedade.
Como toda grande audiência no Congresso sobre tecnologia nos últimos anos, também dá para esperar algumas perguntas básicas que revelam falta de conhecimento técnico de alguns políticos estadunidenses. No entanto, alguns congressistas têm se aprofundado na IA há várias semanas e meses. Por isso, alguns podem fazer perguntas pontuais sobre riscos da tecnologia e para onde ela está indo.
Quem é Sam Altman?
Sam Altman tem 38 anos, cresceu em St. Louis, cidade no Missouri, e começou a programar quando criança. Ele começou uma graduação na Universidade Stanford, na Califórnia. Mas desistiu, em 2005, para lançar o aplicativo Loopt.
App foi um dos primeiros de mídia social que antecedeu a ampla adoção de smartphones. Altman vendeu a empresa sete anos depois e disse a si mesmo que sua primeira tentativa de ser um empreendedor tinha sido um fracasso. Então, começou a trabalhar na Y Combinator, incubadora de startups que ajudou empresas de tecnologia em estágio inicial a crescer e arrecadar dinheiro.
Esse trabalho o colocou no centro do boom do capital de risco e ele se tornou pupilo de líderes de tecnologia (por exemplo, o fundador do LinkedIn, Reid Hoffman). Eventualmente, Altman passou a administrar a Y Combinator e construir sua própria reputação como investidor de risco e mentor de outros fundadores.
Em 2018, ele se interessou pela política. Altman considerou se candidatar para governador da Califórnia e, no ano seguinte, a arrecadar fundos para o candidato democrata à indicação presidencial Andrew Yang. Além disso, ele doou para a campanha eleitoral do atual presidente dos EUA, Joe Biden.
Com informações de Reuters e The Washington Post
Fonte: Olhar Digital
Comentários