Um poderoso ciclone chamado Mocha atingiu Bangladesh e Mianmar no último domingo (14), matando dezenas de pessoas e deixando feridas mais de 700 outras. Com ventos de até 210 km/h, o fenômeno foi capturado pelo instrumento Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) no satélite Aqua, da NASA, quando estava prestes a alcançar a costa.
De acordo com a agência de notícias AFP, o número oficial de mortos divulgado pela junta militar de Mianmar é 41, mas pode ser bem maior, já que não está claro se foram contabilizados os óbitos de todas as cidades afetadas.
Milhares de pessoas foram evacuadas em ambos os países, o que pode ter ajudado a reduzir as vítimas do desastre.
Ciclones, furacões e tufões
Ciclones são poderosas tempestades rotativas que se formam sobre o oceano, que também são chamados de furacões e tufões, a depender dos locais onde se formam.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), furacões se desenvolvem sobre o Atlântico Norte, Pacífico Norte central e Pacífico Norte oriental, enquanto ciclones se formam sobre o Pacífico Sul e Oceano Índico. Já os tufões são formados no noroeste do Pacífico.
Tempestades como essas são definidas pela força de seus ventos e classificadas em categorias que variam de 1 a 5. São consideradas de categoria 4 as tempestades com ventos entre 210 e 251 km/h. Acima disso, entram na classe 5.
Portanto, o ciclone Mocha estava na categoria 5 em sua velocidade máxima sobre o oceano, mas era uma tempestade de categoria 4 quando desabou.
“Existem alguns fatores ambientais principais que influenciam o quão poderosa uma tempestade pode ficar. O fator mais popular é a temperatura da água do oceano sob a tempestade”, disse Sam Lillo, engenheiro de previsão da DTN Weather, em entrevista ao site Newsweek. “O vento que sopra sobre a água provoca uma troca de umidade na atmosfera, incentivando o crescimento de nuvens profundas e o aquecimento que intensifica a baixa pressão na superfície, fortalecendo os ventos e promovendo esse ciclo de retroalimentação. Quanto mais quente for a água, mais umidade e calor podem alimentar a tempestade, e mais forte se torna esse processo”.
Acredita-se que furacões, ciclones e tufões serão impactados pelas mudanças climáticas, tornando-se mais poderosos e frequentes devido ao aumento das temperaturas atmosféricas.
“A ciência sobre como os furacões mudarão no futuro é bastante complexa e não totalmente resolvida, mas algumas coisas são geralmente aceitas: 1) pode não haver mais furacões em geral, mas aqueles que se formam tenderão a ser mais intensos tanto em termos da força de seus ventos quanto da quantidade de chuva que produzem; 2) por causa dessa intensificação e também devido a algumas mudanças potenciais nas direções que as tempestades tendem a se mover, é provável que haja mais tempestades de categoria 4 e 5 atingindo os EUA”, disse Daniel B. Wright, engenheiro civil e ambiental do Grupo de Pesquisa de Extremos Hidroclimáticos da Universidade de Wisconsin-Madison.
Segundo ele, um estudo recente de seus colaboradores no Laboratório de Dinâmica de Fluidos Geofísicos da Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA estimou recentemente que o número de tempestades de categoria 4 e 5 pode ser quatro vezes maior do que a média atual até o final do século.
Fonte: Olhar Digital
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