Imagens da Via Lácteasempre mostram uma enorme espiral com dois “braços” principais em torno de um buraco negro monstruoso, mas essa forma clássica pode estar com os dias contados.
Por que a forma da Via Láctea pode ser diferente? Até hoje as galáxias são enquadradas em três categorias principais, elíptica, irregular e espiral, com a nossa classificada nesta última.
As galáxias espirais costumam ter dois “braços” principais que se dividem em vários menores. Esse é o cenário em que até hoje a nossa era vista. No entanto, uma nova pesquisa defende que, na verdade, ela tem um tipo raro de forma, com quatro braços principais.
O que você precisa saber?
A pesquisa foi publicada no no Astrophysical Journal. Os resultados vieram com o uso de instrumentos mais modernos de medição espacial, que conseguiram identificar com precisão a distância de estrelas individuais, permitindo assim um novo mapa da Via Láctea.
Os dados compilados tiveram ainda a ajuda do telescópio Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA). O equipamento monitora o movimento das estrelas e sua posição em relação à Terra.
Apesar de muito trabalho, a morfologia geral da estrutura espiral da Via Láctea permanece um tanto incerta. Nas últimas duas décadas, medições precisas de distância nos deram a oportunidade de resolver esse problema
Trecho do artigo.
Nova forma da Via Láctea
Se as pesquisas estiverem corretas, os astrônomos acreditam que a Via Láctea teria um formato com dois grandes braços, mais próximos do que vimos, por exemplo, na NGC 1300.
Mas por que essa mudança? Os cientistas acreditam que um fator determinante para isso são as chamadas estrelas OB, que possuem vida curta e se movem muito mais rápido pela galáxia. Com isso, medir esses astros é mais difícil.
“Usando as localizações precisas de objetos muito jovens, pela primeira vez, propomos que nossa galáxia tenha uma morfologia de múltiplos braços que consiste em simetria de dois braços”, escreveram eles. “Os braços Norma e Perseus são provavelmente os dois braços simétricos na Via Láctea interna. À medida que se estendem da galáxia interna para as partes externas, eles se bifurcam e se conectam aos braços Centaurus e Sagitário , respectivamente.”
O estudo ainda reforça que esse modelo proposto não é definitivo e que mais pesquisas precisam ser feitas para entender a sua origem. O que o grupo sugere é que esse formato sirva de base alternativa para análises da estrutura galáctica.
Fonte: Olhar Digital
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