Existe uma possibilidade de que em menos de 15 anos o Telescópio Espacial Hubble deixe a órbita terrestre e caia no planeta. No entanto, uma parceria realizada entre duas empresas privadas promete prolongar a vida útil do observatório e limpar detritos da órbita próxima.
A proposta elaborada pelas empresas espaciais Momentus e Astroscale aconteceu depois que no final do ano passado a NASA abriu uma consulta sobre um estudo de opções para realocar o Hubble em uma órbita superior e estender seu funcionamento por mais 30 anos.
Como deve funcionar? Na operação, a Vigoride será lançada em órbita e vai usar a tecnologia da Astroscale para encontros, operações de proximidade e atracação para alcançar o telescópio. Quando isso acontecer, a espaçonave da Momentus irá rebocar o Hubble para uma órbita cerca de 50 quilômetros acima da atual, e a terceira fase consistirá na limpeza dos detritos espaciais próximos.
A principal preocupação dessa pareceria, e que a ideia inicial é que ela aconteça sem nenhum custo a NASA, e a Momentus tem uma reserva de caixa extremamente baixa segundo os últimos resultados financeiros da empresa, que foram divulgados no início do mês. Assim, arrecadar fundos é um dos principais desafios no momento.
Hubble e sua perda de altitude
O Hubble foi lançado em 1990 a bordo do ônibus espacial Discovery e está posicionado a cerca de 600 quilômetros acima da Terra. Atualmente, ele se encontra a 540 quilômetros de altitude. Isso acontece devido ao arrasto induzido pela atmosfera da Terra, que apesar de fina nessas altitudes, ainda está presente.
De 1990 a 2009, cinco ônibus espaciais viajaram até o telescópio para fazer reparos e elevar a sua órbita, mas devido ao encerramento do programa dos ônibus espaciais, desde lá não foram feitas manutenções. Por causa disso, a estimativa é que em 2037 o Hubble tenha 50% de chances de cair de volta na Terra.
Ainda não existe nenhum projeto para manutenção do Hubble aprovado, mas discussões acerca do assunto têm sido realizadas desde setembro de 2022, quando uma proposta feita pela SpaceX começou a ser debatida. Nela, astronautas do Programa Polaris, do bilionário Jared Isaacman, usando uma espaçonave Dragon, para realocar a órbita do telescópio, mas os detalhes da proposta ainda não foram resolvidos.
A NASA continua estudando os lances apresentados na consulta e outros consórcios podem ter enviado proposta que podem ser utilizadas também nos esforços futuros para estender a vida operacional de outros satélites, e pelo menos dois já estão em vista da agência espacial, o Chandra X-ray Observatory e o Telescópio Espacial Spitzer, que está aposentado desde 2020.
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Fonte: Olhar Digital
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