O tártaro no dente é resultado de placas bacterianas que endurecem e não é um problema exclusivo dos humanos modernos. Ele acontece em cães, gatos, e até mesmo nos neandertais, que viveram há milhares de anos. Nesses últimos, a presença deles foi a chave para uma nova pesquisa que reviveu bactérias antigas que podem auxiliar na criação de novos antibióticos.
O estudo publicado recentemente na revista Science analisou amostras dentárias de 12 neandertais datados de um período entre 102 mil e 40 mil anos atrás, 34 sapiens de cerca de 30 mil anos, e 18 humanos atuais, usados para comparação.
Isso fez com que 459 genomas diferentes fossem encontrados e permitiu que o código genético de bactérias até então desconhecidas fosse mapeado. Entre essas bactérias, estão algumas completamente exóticas, como uma verde sulfurosa encontrada no tártaro de sete indivíduos neandertais e sapiens, ambos do período paleolítico.
Ressuscitando bactérias
O mapeamento e reconstrução do DNA dessas bactérias exigiu bastante tecnologia, isso porque após a morte de um organismo, seu material genético se degrada relativamente rápido, e acaba por ficar em pequenos pedaços. No entanto, com os avanços computacionais foi possível montar esses fragmentos novamente, como em um quebra cabeça, mesmo que eles fossem muito antigos e pequenos.
Além disso, com ferramenta de biotecnologia molecular sintética os pesquisadores conseguiram que bactérias vivas passassem a produzir as substâncias químicas codificada nos antigos genes.
Essa foi a primeira vez que a tecnologia foi utilizada em bactérias antigas e demonstrou sucesso, o que permitiu que uma nova família de produtos naturais microbianos fossem descobertos. Eles foram chamados de “paleofuranos” e conforme os pesquisadores, possuem o potencial de serem utilizados na produção de novos antibióticos.
Os produtos naturais microbianos podem desempenhar papéis muito importantes, mas seu estudo cientifico é bastante limitado. Como as bactérias estão presentes na Terra a pelo menos 3 bilhões de anos, muito provavelmente existem uma série de produtos produzidos por elas que são desconhecidos atualmente.
Os micróbios são os maiores químicos da natureza, e entre suas criações estão um grande número de antibióticos e outras drogas terapêuticas. A produção desses complicados produtos químicos naturais não é simples e, para isso, as bactérias dependem de tipos especializados de genes que codificam o maquinário enzimático capaz de fabricá-los.
Pesquisadores em comunicado
Fonte: Olhar Digital
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