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Apesar de ter obtido 40,8% dos votos, analista projetam que o Novo Democracia não vai conseguir formar um governo, o que resultará em uma nova votação entre junho e julho
O partido de direita, Nova Democracia, do atual primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, venceu as eleições na Grécia neste domingo, 21, e se manteve no poder, contudo, ele apostará em novas eleições para conseguir maioria absoluta. Alexis Tsipras, de 48 anos, e líder da oposição, também se declarou favorável a novas eleições, ao afirmar que “o ciclo eleitoral ainda não está encerrado”. Há quatro anos no poder, o ND obteve 40,8% dos votos e superou, com ampla margem, o seu adversário, o partido Syriza, de esquerda, que obteve 20,1% dos votos, com 82% das urnas apuradas. Os socialistas do partido Pasok-Kinal ficaram atrás dos dois partidos, com 11,7% dos votos nestas eleições, que tiveram participação de 58%. O resultado já era previsto. Mesmo assombrado pela tragédia ferroviária que aconteceu no começo de março, o partido de direita aparecia na primeira posição. Apesar da vitória incontestável, o ND não conseguirá governar sozinho, o objetivo manifestado por Mitsotakis, pois não terá a maioria absoluta necessária. Por isso, em caso de impossibilidade de formar um governo, tal como projetam muitos analistas, serão convocadas novas eleições no fim de junho ou no início de julho. O vencedor desse eventual segundo pleito gozaria de um bônus de cadeiras que poderiam lhe dar uma maioria confortável.
Durante a campanha eleitoral, Mitsotakis não deixou de defender seu desempenho econômico, referindo-se à queda do desemprego, a um crescimento de quase 6% no ano passado e à disparada do turismo. Neste domingo, pouco depois de votar em Atenas, ele disse que quer fazer da Grécia “um país mais forte, com um papel importante na Europa”. “Hoje votamos pelo nosso futuro, para ter mais e melhores empregos, e um sistema de saúde mais eficiente”, enfatizou. Tsipras, líder do partido Syriza, que em 2015 encarnou a esperança da esquerda radical europeia, pediu que o país “virasse a página de quatro anos difíceis” para possibilitar “um governo justo”. A perda de poder aquisitivo por causa da inflação e os baixos salários continuam sendo uma dor de cabeça para muitas famílias, após uma década de crises e resgates financeiros internacionais que foram traduzidos em cortes nos serviços públicos e em uma redução significativa da renda para os gregos. A dívida pública do país se mantém acima de 170% de seu PIB. Já a inflação beirou os 10% no ano passado, agravando ainda mais as dificuldades da população.
No fim de fevereiro, uma catástrofe ferroviária que provocou a morte de 57 pessoas, entre elas muitos estudantes, suscitou manifestações multitudinárias contra o governo conservador, acusado de negligência em matéria de segurança. Mitsotakis, filho de um ex-primeiro-ministro e tio do atual prefeito de Atenas, também foi atingido em cheio por um escândalo de grampos ilegais voltados a dirigentes políticos e jornalistas. Em março, o Parlamento Europeu denunciou a existência de “ameaças sérias ao Estado de Direito e aos direitos fundamentais” na Grécia.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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