Jogadores de beisebol e basquete, cujas habilidades atléticas atingiram seu auge mais cedo ou diminuíram mais rapidamente, tiveram expectativa de vida significativamente mais curta. É o que sugere um estudo conduzido por Saul Newman, do Centro Leverhulme para Ciência Demográfica, da Universidade Oxford (Inglaterra), publicado na revista científica Science Advances.

O que você precisa saber:

Jogadores de baseball durante partida
(Imagem: BarbeeAnne/Pixabay)

Newman explorou dados sobre altura, peso e desempenho de atletas e estudou dados de grandes jogadores de beisebol – por exemplo, Willie Mays, Yogi Berra e Sugar Cain.

Este estudo conclui que dados sobre desempenho atlético no início da vida podem ser usados ​​para prever mortalidade e envelhecimento no final da vida em atletas masculinos de elite. Aumento do uso de tecnologias wearable oferece excelente oportunidade para testar essa relação em espectros mais amplos da população, agora que boa parte monitora dados de atividades físicas iguais atletas de elite.

Saul Newman, pesquisador do Centro Leverhulme para Ciência Demográfica, da Universidade Oxford

Resultados do estudo

Jogadores durante partida de basquete
(Imagem: Kenneth C. Zirkel/Wikimedia Commons)

Pesquisador descobriu que quem atingiu o auge mais cedo teve expectativa de vida adulta 1,2 ano menor, enquanto aqueles que mantiveram desempenho atlético por mais tempo tiveram uma expectativa de vida 0,8 ano maior.

Essas diferenças tinham vínculos surpreendentes e complexos com o envelhecimento. Atletas que atingiram seu auge em idades diferentes, ou cujas habilidades diminuíram em taxas diferentes, também pareciam envelhecer em taxas diferentes.

Aqueles que atingiram auge mais tarde tiveram taxas de mortalidade que dobraram a cada 7,6 anos de idade, segundo o estudo.

Cesta de basquete durante pôr do sol
(Imagem: Wallace Chuck/Pexels)

Já atletas que atingiram auge precocemente tiveram taxas de mortalidade dobradas a cada 8,4 anos de idade, com suas chances de morte aumentando mais lentamente com a idade. Isso indica potencialmente taxas mais lentas de envelhecimento, apesar da expectativa de vida mais curta.

Atletas que atingiram auge mais cedo e mantiveram desempenho atlético por período mais curto do que seus colegas tiveram expectativa de vida significativamente menor do que aqueles que atingiram pico mais tarde e mantiveram desempenho atlético por mais tempo.

Além disso, estudo constatou que atletas cuja habilidade atlética diminuiu em taxas diferentes também tiveram taxas de mortalidade muito diferentes. Essa lacuna nas taxas de mortalidade persistiu por pelo menos 40 anos após a aposentadoria.

Achado inesperado sobre esportistas

Jogador de basquete prestes a fazer enterrada na cesta
(Imagem: Governo dos EUA/Rawpixel)

Pesquisa encontrou associação positiva entre altura e taxas de mortalidade tardia em jogadores de beisebol e basquete. Isso significa que atletas mais altos tinham maior probabilidade de morrer mais cedo.

Além disso, um dos gráficos do estudo mostra como médias de rebatidas de Willie Mays, Yogi Berra e Sugar Cain, por exemplo, atingiram auge em diferentes idades e posteriormente diminuíram com a idade. Esta e outras descobertas da pesquisa sugerem que atletas têm um único auge no desempenho geral, em vez de picos diferentes em idades diferentes.

Sabemos que os tempos de reação, as funções motoras, o desempenho aeróbico e anaeróbico diminuem com o início do envelhecimento. No entanto, pouco se sabe sobre o efeito do declínio fisiológico no início da vida na mortalidade. Com este estudo, esperava obtenha insights sobre essa relação examinando dados históricos únicos e ricos de atletas de elite, que capturam a capacidade física do início da vida de um grupo único de pessoas.

Saul Newman, pesquisador do Centro Leverhulme para Ciência Demográfica, da Universidade Oxford

Com informações de Medical Express