Caso de fraude, no norte da China, que usou “deepfake” para convencer homem a transferir dinheiro para suposto amigo despertou preocupação sobre potencial de tecnologias baseadas em IA (inteligência artificial) para viabilizar crimes financeiros.
O que você precisa saber:
A China tem intensificado escrutínio sobre tais tecnologias e aplicativos em meio ao aumento de fraudes com IA envolvida. Casos usam, principalmente, manipulação de voz e dados relacionado às faces das pessoas (os “deepfakes”). País adotou novas regras em janeiro para proteger vítimas legalmente.
Golpe com ‘deepfake’
A polícia da cidade de Baotou, na região do interior da Mongólia, disse que criminoso usou tecnologia de troca de rosto com IA (“deepfake”) para se passar por um amigo da vítima durante uma chamada de vídeo. Ele conseguiu receber transferência de US$ 622 mil (aproximadamente R$ 3,1 milhões, na cotação atual).
Vítima transferiu o dinheiro acreditando que seu amigo precisava fazer um depósito durante um processo de licitação, explicou a polícia, por meio de um comunicado à imprensa, emitido no fim de semana.
O homem só percebeu que havia sido enganado pelo “deepfake” após seu amigo “real” dizer que não sabia do que ele estava falando, acrescentou a polícia. A vítima recuperou a maior parte dos fundos roubados e, atualmente, tenta rastrear o restante.
Repercussão
O caso de “deepfake” desencadeou uma discussão, no site de microblogging Weibo, sobre a ameaça à privacidade e segurança online. Tanto que a hashtag “#AI scams are exploding across the country” (“#Golpes com IA explodindo em todo o país”, em tradução livre) acumulou mais de 120 milhões de visualizações nesta segunda-feira (22).
Isso mostra que fotos, vozes e vídeos podem ser utilizados por golpistas. As regras de segurança da informação podem acompanhar as técnicas dessas pessoas?
Post de usuário chinês na rede social Weibo
Plano contra fake news
Em outra frente, a China intensificou ações para limpar Internet de notícias e conteúdos falsos – as “fake news”. Resultado: mais de 100 mil contas caíram em abril. A campanha é da CAC (Administração do Ciberespaço da China) e visa eliminar perfis que se passam por âncoras de notícias ou agências de mídia do Estado.
Num comunicado, emitido na semana passada, a CAC afirmou que conteúdos falsificados são, principalmente, relacionados a assuntos como incidentes sociais e temas internacionais atuais.
O órgão também prometeu reprimir comentários maliciosos que prejudiquem reputação de empresas e empreendedores.
Com informações da Reuters
Fonte: Olhar Digital
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