O Instituto Butantan, de São Paulo (SP), começou a desenvolver uma vacina contra a gripe aviária, conforme divulgou em nota ao Olhar Digital. Segundo o instituto, os testes estão sendo realizados com cepas vacinais cedidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). E o primeiro lote está pronto para o início dos testes pré-clínicos – isto é, testes em laboratório.

O que você precisa saber:

A gripe aviária tem o potencial de causar nova pandemia, daí a mobilização da instituição, que se iniciou em janeiro deste ano. O Butantan possui estrutura para produzir novos produtos com autonomia e pretende utilizar a fábrica da Influenza para desenvolver o novo imunizante.

Instituto Butantan, em nota ao Olhar Digital

Desenvolvimento da vacina

Enfermeira com agulha de vacina aberta e gota escorrendo
(Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O processo é demorado e feito em diversas etapas. Após a realização dos testes pré-clínicos, que vão demonstrar a segurança e o potencial da vacina, vem os testes clínicos em humanos. Essa é a etapa mais longa.

Na fase clínica, que necessita de autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser realizada, são analisadas a segurança, a eficiência e a eficácia da vacina. Caso a vacina tenha um bom desempenho na fase clínica, ela é submetida a um registro pela Anvisa e só então poderá ser aplicada na população.

A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária e H5N1 – é uma doença viral altamente contagiosa. A transmissão da doença ocorre pelo contato com aves doentes, vivas ou mortas. O vírus não infecta humanos com facilidade, mas o aumento de casos recentemente deixou as autoridades sanitárias do mundo todo em alerta.

Emergência zoosanitária

Enfermeiro verificando se frango está com gripe aviária
(Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil)

O Ministério da Agricultura e Pecuária declarou emergência zoossanitária por 180 dias devido à gripe aviária. A medida, publicada no Diário Oficial da União (DOU) na segunda-feira (22), visa evitar que a doença chegue na produção de aves para consumo, além de proteger a saúde humana.

A medida também serve para proteger aves de subsistência (criadas em instalações simples) e a fauna, além de viabilizar que o governo consiga destinar recursos e criar ações de enfrentamento envolvendo ministérios, estados e municípios.

A declaração de estado de emergência zoossanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais — nas três instâncias: federal, estadual e municipal — e não governamentais. Todos esses processos é para assegurar a força de trabalho, logística, recursos financeiros e materiais tecnológicos necessário para executar as ações de emergência visando a não propagação da doença.

Carlos Fávaro, Ministro da Agricultura e Pecuária

A doença

Enfermeiro vestido com equipamento de segurança segurando galinha
(Imagem: Peter Garrard Beck/Getty Images)

De acordo com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), as infecções deste vírus em humanos têm sido pouco frequentes. Mas sempre que o vírus da gripe aviária circula entre as aves – como alertou o Ministério da Agricultura do Brasil na semana passada, quando confirmou os primeiros casos de gripe aviária em animais no país – há um risco de casos esporádicos em humanos.

Em humanos, a gripe aviária pode ser grave, com alta taxa de mortalidade. Ainda segundo o Ministério da Saúde, a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada. Ou seja, por enquanto, o vírus não se espalha facilmente de pessoa para pessoa.

No final de semana, o Ministério da Saúde descartou a suspeita de gripe aviária que teria acometido um funcionário do Parque da Fazendinha, no Espírito Santo. No local, foi encontrada uma ave com a doença.

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