Chega ao fim uma novela paleontológica que já dura 28 anos: “O Destino de Ubirajara”, o fóssil de dinossauro descoberto no Ceará que foi levado ilegalmente do Brasil em 1995.
Conforme noticiado pelo Olhar Digital em setembro de 2021, a relíquia foi parar alguns anos depois no Museu de História Natural de Karlsruhe, no estado de Baden-Württemberg, Alemanha, que se recusava a repatriá-la.
Em julho do ano passado, após uma intensa campanha promovida durante meses nas redes sociais, usando a #UbirajaraBelongstoBR (Ubirajara pertence ao Brasil), a então ministra da Ciência alemã, Theresia Bauer, chegou a manifestar que o fóssil seria devolvido.
No entanto, na época, nada se sabia sobre data de retorno nem para qual instituição brasileira o item seria encaminhado.
“Ao contrário de alguns meses atrás, Baden-Württemberg agora considera ilegal a aquisição dos restos fossilizados do período cretáceo e quer devolvê-los ao Brasil”, teria dito Bauer, segundo uma publicação feita pela paleontóloga e professora Aline Ghilardi, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), criadora da campanha no Twitter.
De acordo com a pesquisadora, casos de tráfico de fósseis são discutidos frequentemente, mas esse foi o que mais chamou sua atenção.
Entenda o caso:
Para onde vai o fóssil do dinossauro Ubirajara
Na última semana, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou que as tratativas entre Alemanha e Brasil foram concluídas a nosso favor, e que a peça chega em junho, para fazer parte do acervo do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri, no Ceará.
Isso representa uma mensagem importante contra o colonialismo da ciência no século XXI e abre um forte precedente para que mais fósseis voltem aos seus países de origem.
Aline Ghilardi, paleontóloga da UFRN
Para o reitor da Universidade Regional do Cariri, Francisco do O’ de Lima Júnior, agora é um momento oportuno para a volta do fóssil Ubirajara. “Teremos a revalidação do Geoparque do Araripe, e a repatriação fortalece a missão de valor e preservação do nosso trabalho”.
Fonte: Olhar Digital
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