A Shein já tem 100 fábricas produzindo itens para serem vendidos para o público brasileiro, em uma ação que faz parte do projeto de rápida expansão da loja de roupas pela América Latina. O Brasil é visto como um dos países fundamentais para os planos de produzir as peças de roupas vendidas pelo e-commerce fora da China.

É o que afirmou Marcelo Claure, presidente da Shein para a América Latina, em uma entrevista à Bloomberg. Claure, que também é acionista da empresa, detalhou os planos da Shein para o mercado global — e lembrou que, apesar de chinesa e com produção concentrada na China, a empresa vende muito mais para outros países do que para o país-sede.

“A América Latina é uma parte importante da receita da Shein. É definitivamente umad as regiões que mais crescem no mundo”, afirmou o executivo, lembrando que o app da Shein é um dos mais baixados no Brasil.

Há cerca de um mês, a Shein divulgou um projeto de investimento de US$ 148 milhões no Brasil, o que incluiria parceria com 2.000 empresas têxteis brasileiras para ter até 85% das peças vendidas produzidas em território nacional nos próximos 5 anos.

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Shein já conta com 100 fábricas produzindo peças no Brasil. Imagem: XanderSt/Shutterstock

Apesar de concentrar a produção na China, a Shein atualmente vende muito pouco para o público chinês e é muito maior em outras partes do mundo — além do Brasil e da América Latina, a loja também está expandindo para Índia e Turquia, com planos semelhantes aos divulgados para o Brasil.

Nem tudo é perfeito, no entanto, e a empresa já foi criticada pelas condições de trabalho impostas a funcionários de suas fábricas parceiras. Sobre isso, Claure afirmou que fez uma viagem de duas semanas à China para conversar com trabalhadores terceirizados e disse que a empresa “estabelece regras muito claras” relacionadas a salários, mão de obra e fornecimento de materiais. Ele disse que as fábricas brasileiras vão seguir o mesmo padrão das chinesas.

Quem é Marcelo Claure

Nascido na Guatemala para pais bolivianos, Marcelo Claure se formou em uma universidade dos EUA e fundou a Brighstar, uma fornecedora de equipamentos de telecomunicações adquirida pela gigante japonesa de investimentos SoftBank.

Ele deixou o SoftBank em janeiro de 2022 após desavenças com o fundador da empresa e fundou o Claure Group, um fundo de investimentos que fez aporte de US$ 100 milhões na Shein. Com US$ 3,3 bilhões em recursos, o grupo de investimento visa promover o desenvolvimento especialmente de empresas latino-americanas.

“Estou investindo em empresas que posso ajudar”, afirmou o executivo. “A Shein se encaixa no perfil de empresa que eu procurava.”

Via Bloomberg

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