Alguns funcionários da unidade da Amazon em Seattle (EUA) anunciaram internamente, na segunda-feira (22), seus planos de deixar o trabalho. Em mensagens enviadas via Slack e e-mail, “organizadores” dos funcionários pediram que seus colegas saíssem em 31 de maio.

O que você precisa saber:

Fachada de prédio da Amazon em Seattle
(Imagem: Jovelle Tamayo/fThe Washington Post)

Esse dia é uma semana após a reunião anual de acionistas da empresa. O movimento dos funcionários é em resposta à frustração com as demissões em massa, retorno ao trabalho presencial e até preocupações com compromissos firmados pela Amazon em relação aos desafios climáticos da Amazônia.

O moral parece estar no nível mais baixo de todos os tempos. Em reuniões e [conversas] individuais com colegas, há muita incerteza e falta de clareza da liderança. É um momento perturbador para trabalhar na Amazon.

Funcionário da Amazon em entrevista, sob condição de anonimato, ao The Washington Post

Tensão na Amazon e além

Prédio da Amazon
(Imagem: Elliott Brown/Flickr)

Esse movimento, que os organizadores esperam atrair pelo menos mil participantes de Seattle, faz parte de uma onda maior de ansiedade. Essa onda se transforma em agitação entre os trabalhadores do Vale do Silício, conforme congelamento de contratações segue a demissões em massa. Tudo isso em meio a uma recessão iminente.

Na Meta, o moral despencou, pois os chefes receberam grandes bônus, enquanto a empresa continua demitindo milhares de pessoas. No Google, os funcionários estão se preparando para mais cortes de empregos.

Durante uma rodada de teleconferências de resultados recentes, os executivos de tecnologia, na maior parte das vezes, pintaram um quadro financeiro mais otimista para as empresas. Mas agora os trabalhadores das firmas notoriamente confortáveis ​​estão ficando mais agitados – mesmo que seu poder de fazer mudanças diminua com a falta de segurança no emprego.

As demissões quase sempre criam um “sentimento de traição” entre os trabalhadores. É o que explicou Nelson Lichtenstein, historiador trabalhista da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, ao jornal. E é por isso que faz sentido que os trabalhadores expressem frustração mesmo no atual ambiente econômico.

Em muitas dessas empresas de alta tecnologia, há uma certa sensação de criar um mundo novo, algo melhor. Quando você tem um senso particular de queixa e retidão, ainda pode ter uma ação de trabalhador ou empregado, mesmo em períodos de recessão ou depressão. Às vezes, isso é transcendido por um sentimento de indignação moral.

Nelson Lichtenstein, historiador trabalhista da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, em entrevista ao The Washington Post

Outro lado

Até a publicação desta nota, o Google não tinha respondido ao pedido de comentário sobre o caso do jornal. E a Meta se recusou a comentar.

Já a porta-voz da Amazon, Lisa Levandowski, se limitou a dizer: “Respeitamos os direitos de nossos funcionários de expressar suas opiniões”.

Com informações de The Washington Post

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