A principal autoridade de saúde dos EUA emitiu um alerta público na terça-feira (23) sobre os riscos das redes sociais para os jovens. O dr. Vivek Murthy pedindo um esforço para entender completamente o possível “dano à saúde mental e ao bem-estar de crianças e adolescentes”.

O que você precisa saber:

Em um comunicado de 19 páginas, o cirurgião geral – que também é o chefe operacional do PHSCC (U.S Public Health Service Commissioned Corps) – observou que os efeitos das mídias social na saúde mental do adolescente não foram totalmente compreendidos e que podem ser benéficas para alguns usuários.

No entanto, ele escreveu: “Existem amplos indicadores de que redes sociais também podem ter um risco profundo de prejudicar a saúde mental e o bem-estar de crianças e adolescentes”.

Alerta sobre redes sociais

Casal deitado no sofá navegando em redes sociais no celular
(Imagem: rockstock/Freepik)

O relatório incluiu recomendações práticas para ajudar as famílias a orientar o uso das mídias sociais pelas crianças. Murthy recomendou, por exemplo, que as famílias mantivessem as refeições e reuniões pessoais livres de dispositivos, para ajudar a construir laços sociais e promover conversas.

O cirurgião-geral também sugeriu a criação de um “plano de mídia familiar” para definir as expectativas de uso de redes sociais, incluindo limites em torno do conteúdo e mantendo as informações pessoais privadas.

O dr. Murthy também pediu às empresas de tecnologia que imponham limites mínimos de idade e criem configurações padrão para crianças com altos padrões de segurança e privacidade. E ele instou o governo a criar padrões de saúde e segurança adequados à idade para plataformas de tecnologia.

Adolescentes não são apenas adultos menores. Eles estão em uma fase diferente de desenvolvimento e em uma fase crítica do desenvolvimento do cérebro.

Dr. Vivek Murthy, cirurgião-geral e principal autoridade de saúde dos EUA, numa entrevista na segunda-feira (22)

Discussões sobre redes sociais

Homem sentado no sofá navegando por redes sociais num iPhone
(Imagem: Adobe Stock)

O relatório, que eleva as preocupações de longa data sobre as redes sociais, veio num momento em que legisladores estaduais e federais, muitos deles criados em uma época em que as mídias sociais mal existiam (ou sequer existiam), têm lutado para saber como estabelecer limites para seu uso.

O governador de Montana assinou recentemente um projeto de lei que proíbe o TikTok de operar no estado. O aplicativo de propriedade chinesa abriu um processo contra o estado e os jovens usuários do TikTok a lamentarem o que chamaram de “chute na cara”.

Em março, Utah se tornou o primeiro estado a proibir os serviços de mídia social de permitir que usuários menores de 18 anos tenham contas sem o consentimento explícito dos pais ou responsáveis. Essa lei pode reduzir drasticamente o acesso dos jovens a aplicativos como Instagram e Facebook.

Os resultados da pesquisa da Pew Research descobriram que até 95% dos adolescentes relataram usar pelo menos uma plataforma de rede social, enquanto mais de um terço disse que usava a mídia social “quase constantemente”.

Problemas

Pessoa segurando iPhone com imagem chiada na tela e fundo psicodélico vermelho e rosa
(Imagem: Getty Images/Unsplash)

À medida que o uso da mídia social aumentou, também aumentaram os auto-relatos e diagnósticos clínicos entre adolescentes de ansiedade e depressão, juntamente a visitas ao pronto-socorro por automutilação e ideação suicida.

O relatório pode ajudar a incentivar mais pesquisas para entender se essas duas tendências estão relacionadas. Ele se junta a um número crescente de apelos à ação em torno de adolescentes e redes sociais.

No começo de maio, a American Psychological Association emitiu sua primeira orientação sobre redes sociais, recomendando que os pais monitorem de perto o uso dos adolescentes e que as empresas de tecnologia reconsiderem recursos como rolagem sem fim e o botão “curtir”.

Um grande corpo de pesquisa surgiu nos últimos anos sobre a possível conexão entre o uso da mídia social e as taxas crescentes de angústia entre os adolescentes. Mas os resultados foram consistentes apenas em suas nuances e complexidade.

Com informações do The New York Times

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