A empresa BBy desenvolveu uma tecnologia que transforma o leite materno líquido em leite materno em pó, que pode ser armazenado numa prateleira comum. O dispositivo agiliza a vida das enfermeiras da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal, que podem passar um turno inteiro esperando o leite materno descongelar para preparar mamadeiras.

O que você precisa saber:

A ideia da empresa é interromper o que o CEO Vansh Langer chamou de “processo de congelamento e descongelamento de 70 anos”. Veja a seguir como o aparelho funciona (e porque ele é importante).

Como o “transformador” de leite materno funciona

Aparelho que transforma leite materno em pó
(Imagem: Divulgação/BBy)

Langer iniciou a empresa, com sede em Nova York, em 2015 com a bioengenheira e cientista de alimentos Blanca Rosa Aguilar Uscanga. Ela escreveu um artigo sobre os desafios de criar leite materno em pó de forma a reter os elementos bioativos que fazem o leite materno ser…leite materno.

Juntos, eles pesquisaram o problema e Langer desenvolveu um dispositivo a laser de dois fatores que funciona com condensadores comerciais. Usando o algoritmo de Uscanga, o dispositivo pega o peso do leite materno e ajusta a taxa e a temperatura do leite, enviado para o vácuo para que fique no que Langer chamou de “zona bioativa”.

O resultado é um pó que retém nutrição e propriedades imunológicas, além de ser estável por até seis meses. A BBy embala o pó em pacotes de alumínio de aproximadamente 30 e 60 gramas. A empresa os entrega aos hospitais a cada duas semanas.

Quantidades

Mãe dando mamadeira para bebê recém-nascido no seu colo
(Imagem: Beeki/Wikimedia Commons)

As enfermeiras misturam a quantidade necessária de pó com água. Esse processo não apenas reduz o desperdício, mas também elimina a necessidade de vários freezers para armazenar grandes quantidades de leite materno, explicou o CEO.

A BBy processa dez galões de leite materno duas vezes ao dia em oito instalações regionais de processamento. Elas ficam perto dos 17 hospitais que, atualmente, são clientes, distribuídos em Massachusetts, Connecticut e Texas. Sua principal instalação de pesquisa está em Guadalajara, no México.

A tecnologia da empresa está com patente pendente e possui mais de 50 artigos científicos publicados e revisados ​​por pares relacionados. Além disso, o FDA (a Anvisa dos EUA) designou a tecnologia do BBy como um dispositivo alimentar que não requer mais revisão médica, informou Langer.

Próximos passos

A BBy tem uma receita média de US$ 800 mil (aproximadamente R$ 4 milhões, na cotação atual) por mês, aproximando-se de US$ 10 milhões (R$ 50 milhões) em receita anual, disse o CEO. Ele espera dobrar isso no próximo ano, mesmo com os contratos hospitalares com longos ciclos de vendas.

Embora a empresa esteja focada em hospitais, um futuro pipeline de produtos pode incluir o desenvolvimento de versões mais fáceis de usar de seu dispositivo. Assim, as mulheres conseguiriam condensar seu próprio leite, por exemplo.

Era hora de sairmos do laboratório e realmente dar andamento a todos os nossos contratos hospitalares. Estamos trabalhando para nos tornar a maneira de fato de os hospitais armazenarem e administrarem o leite materno.

Vansh Langer, CEO da BBy

Com informações de Tech Crunch