Nos últimos tempos, as chamadas “moedas-meme” têm chamado a atenção dos investidores e entusiastas do mercado de criptomoedas. Inspiradas em memes e imagens virais da internet, essas criptomoedas têm alcançado valorizações surpreendentes, embora sejam criticadas por sua falta de fundamentos sólidos, tecnologia frágil e base especulativa.
Em reportagem do g1, especialistas analisaram o fenômeno e explicaram por que essas moedas atraem tanto interesse.
Um dos exemplos mais recentes é a criptomoeda Pepe, inspirada em um sapo verde que se tornou um meme popular na internet.
Em menos de 20 dias de existência, a Pepe disparou quase 7.000%, atingindo um valor de mercado de US$ 1,5 bilhão em seu pico, de acordo com a plataforma CoinMarketCap. No entanto, logo após esse ápice, o valor de mercado da Pepe caiu para menos de US$ 625 milhões.
Ao contrário das criptomoedas tradicionais, como o Bitcoin, as moedas-meme são desenvolvidas de maneira simples e possuem tecnologia frágil, o que as torna menos seguras.
Além disso, elas não têm um propósito específico e são consideradas “piadas” pelos especialistas consultados.
No entanto, mesmo sem fundamentos claros, essas moedas conseguem atingir valores bilionários, como no caso da Pepe e da Dogecoin, a primeira moeda-meme.
Um dos principais motivos para a adesão a essas moedas é o chamado “FOMO” (medo de ficar de fora), um sentimento de perder uma grande oportunidade ou ficar excluído de um movimento popular. De acordo com Isac Honorato, CEO do Cointimes, esse sentimento de pertencimento à comunidade é um dos pilares desses projetos, que geralmente não possuem uma proposta clara ou tecnologia avançada.
O FOMO acaba acontecendo de forma muito rápida. Ele e o sentimento de pertencimento são os únicos pilares de projetos que caracterizam os memecoins. São projetos que não têm nenhuma proposta clara, não têm tecnologia avançada.
Isac Honorato ao g1
O professor Raul Ikeda, coordenador do curso de Engenharia de Computação do Insper, comentou com o g1 sobre a falta de fundamentos destas moedas, citando a diferença com outras moedas.
O Bitcoin foi criado com a ideia de descentralizar [o mercado de pagamentos]. A Ethereum, com o propósito de, além de realizar transações, rodar scripts [códigos de programação para execução de tarefas], enquanto as outras moedas surgiram para tentar agregar algum aspecto técnico.
Raul Ikeda ao g1
As moedas-meme são altamente suscetíveis à especulação e seu valor é baseado unicamente na oferta e demanda. Elon Musk, bilionário e influenciador no mercado de criptomoedas, impulsionou a valorização da Dogecoin por meio de postagens no Twitter. Essas moedas contam com uma comunidade de investidores que atribuem valor a elas, mesmo sem um propósito claro ou tecnologia avançada.
Investir em moedas-meme é considerado de alto risco e atrai principalmente investidores dispostos a assumir riscos maiores em troca de possíveis retornos melhores. Os primeiros investidores costumam ser traders experientes que enxergam oportunidades nesse mercado. No entanto, é importante ressaltar que ganhar dinheiro com essas moedas depende do momento certo de entrada e saída do mercado.
Atualmente, existem cerca de 706 moedas-meme listadas no CoinMarketCap, ao lado de outras 10 mil criptomoedas. Embora essas moedas não tenham utilidade, tecnologia avançada, segurança ou propósito específico, elas continuam atraindo interesse e dividindo opiniões. Enquanto alguns veem a valorização dessas moedas como uma bolha especulativa prestes a estourar, outros enxergam oportunidades de lucrar no curto prazo.
Embora a ascensão das moedas-meme seja notável, é importante que os investidores compreendam os riscos envolvidos e façam suas decisões de investimento de maneira consciente.
As criptomoedas tradicionais, com projetos sólidos e tecnologia avançada, ainda são consideradas as mais seguras e fundamentadas do mercado. Ainda assim, o fascínio por essas moedas baseadas em memes parece estar longe de desaparecer, e seu impacto no mercado de criptomoedas continua a ser observado com atenção.
Com informações do g1.
Fonte: Olhar Digital
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