Ao menos duas pessoas morreram vítimas de raiva humana somente neste ano no Brasil. Os recentes casos da doença alertam para o potencial letal do vírus e a importância da vacinação antes e depois da exposição.

Casos deste ano

Ao menos dois homens contraíram raiva no Brasil este ano: um após o contato com um bezerro infectado em Mantena (MG) e outro após ser mordido por um sagui em Cariús (CE).

Ambos morreram.

Raiva

Uma campanha de vacinação contra raiva em cães e gatos diminui a incidência do vírus (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Vacina da raiva

Segundo a gerente de Desenvolvimento de Processos do laboratório piloto de vacinas virais do Instituto Butantan, Neuza Frazatti Gallina, a vacina é indicada em dois casos.

A vacinação contra raiva humana tem duas indicações: indicada para prevenir a contaminação pelo vírus rábico de profissionais como veterinários, biólogos, funcionários de laboratórios e profissionais que trabalham em risco de se contaminar seja pela captura ou vacinação de animais, ou por trabalhar em zoológicos, entre outras funções, em esquema pré-exposição; e o esquema de pós-exposição para quem é atacado por um animal raivoso.

Neuza Frazatti Gallina

A vacina em questão é do Butantan e rendeu prêmios importantes à gerente.

Risco de transmissão

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a raiva ainda mata 70 mil pessoas por ano no mundo.

No Brasil, a incidência da infecção ainda é rara, mas voltou a crescer em 2022, com cinco novos casos entre humanos desde então. Desde 1986, são 45 ocorrências.

Com a vacinação de pets, como cachorros e gatos, o risco de transmissão é baixo. Porém, o avanço da urbanização e o contato com animais silvestres aumenta a necessidade de cuidados. Afinal, o vírus ainda circula entre eles. Além disso, morcegos transmitem a raiva e, se morderem animais que entram em contato com humanos, a transmissão também pode acontecer.

Instituto de Butantan conscientiza sobre o ciclo de transmissão da raiva (Infográfico: Daniel das Neves)

Mortes

No entanto, segundo Neuza Frazatti Gallina, as mortes acontecem por falta de conhecimento da população, já que a vacina pré ou pós-exposição, somada ao soro, pode salvar vidas.