Enquanto os carros movidos com gasolina, etanol ou diesel podem continuar andando depois de parar pouquíssimos minutos em um posto, um veículo elétrico não tem a mesma facilidade e a autonomia da bateria é uma conta importantíssima. Pensando nisso, listo abaixo algumas dicas capazes de até dobrar o número de quilômetros oferecidos com uma carga.
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Antes de começar, é importante notar que as dicas fazem parte do cotidiano de qualquer pessoa, ao ponto da GM levar a sério (demais) a economia e conseguir fazer o Bolt EUV sair da autonomia prometida de cerca de 400 quilômetros, para 901 km em um teste extremo para baixar o consumo – andando em no máximo 35 km/h, sem ar condicionado ou qualquer ventilador simples, com música desligada e central multimídia sem conteúdo no display.
Você não precisa andar tão lento e sem conforto para isso, nem mesmo sem música tocando, ok? As dicas são menos…extremas.
Sinta o vento, desligue o ar condicionado
A gente bem sabe que o ar condicionado é um item de muito, mas muito conforto. Seja por ele resfriar o carro, ou então pela função de aquecer o interior do veículo. Você já deve saber que ligar este item faz a gasolina ser consumida com mais força e a mesma regra vale para automóvel elétrico.
Em média, 10% da autonomia da bateria será utilizada apenas para manter a climatização do carro. Se você não está em um local muito quente ou muito frio, ou se não for perigoso andar de vidros abaixados, desligue o ar. Aproveite para sentir o cheiro dos locais, o vento no rosto e sinta a saudade do quebra vento – se você é jovem e não sabe o que é isso, bote no Google.
Cheque a pressão dos pneus
Novamente começo comparando com os veículos tradicionais: pneu murcho gasta mais gasolina. Isso acontece por conta do maior atrito e arrasto feito pela borracha no chão, forçando o motor a trabalhar mais. Na bateria é exatamente a mesma coisa.
Um pneu com calibragem abaixo do indicado pelo fabricante, dado presente no manual do carro e em muitas vezes em adesivo na área interna das portas, faz o consumo da bateria do veículo elétrico ser maior. Fique atento também com as instruções corretamente, pois elas tendem a ter pressões diferentes de acordo com quantas pessoas serão transportadas.
Pense assim: a fabricante tem engenheiros bem inteligentes e que passam muitas horas trabalhando nesta pressão ideal do manual. Acredite, o número lá é o correto.
Não pise muito
Um ponto muito elogiado por todos, até para quem não gosta de carro elétrico, é o torque instantâneo. Seja em um esportivo como um Porsche, ou no veículo para mortais como nós, pisar fundo no acelerador tende a te colocar até na frente das motos, em uma saída de semáforo.
É bacana, mas é uma forma muito eficiente de consumir muita bateria rapidamente. Mais uma vez a comparação é pertinente: no carro com gasolina, se você pisa muito, o consumo aumenta. Exatamente a mesma coisa acontece aqui, mas temos uma pequena mudança que eu falo já.
Velocidade alta é vilã da autonomia do carro elétrico
Em carros movidos com gasolina ou etanol e diesel, colocar marcha alta é uma forma de consumir menos combustível por quilômetro rodado, mesmo em velocidades muito maiores. A quinta velocidade em 120 km/h consome bem menos do que a segunda, em 40 km/h.
No carro elétrico é o contrário. A arrancada consome menos, mas a velocidade limite de estradas, perto dos seus 120 km/h, é onde o veículo mais vai gastar mais a bateria. Na cidade o consumo é compensado pela regeneração dos freios, algo inexistente na rodovia.
Na Fórmula E, a Fórmula 1 com motor elétrico, 40% do consumo de energia vem justamente do freio enviando carga para o conjunto de baterias, entende?
Isso não significa que seu carro precisa andar abaixo de 50 quilômetros por hora na estrada, mas a dica é ficar perto de 90 km/h. Acima de 100 km/h o consumo aumenta consideravelmente em viagens mais longas, então evite e aproveite para ter mais tempo observando a natureza.
Ative sempre o modo econômico
Todos os carros elétricos, isso valendo até para as poucas motos com este tipo de motor, contam com modos de direção. Na maioria dos veículos, você tem três opções, sendo a primeira para gastar menos bateria ao reduzir a carga enviada para as rodas onde a tração acontece.
Com isso o próprio carro impede que o motorista pise muito, reduzindo o consumo extra de bateria. Em alguns modelos a climatização é afetada e o carro vai demorar mais tempo para esfriar o interior, ou então aquecer. No 500e, da Fiat, o modo é mais extremo e literalmente desliga toda a ventilação mais fria ou quente que o ar externo.
Depois costumamos encontrar o último modo, geralmente chamado de esportivo. Neste nenhuma amarra existe, não temos controle da climatização e o motor está totalmente disponível. O acelerador responde mais rapidamente ao comando e o volante fica mais solto. É aqui que você vai consumir mais energia ainda. Evite, se possível.
Em todos os testes de carro elétrico, eu andei com o modo econômico. Tirando no caso do 500e, que desliga o ar condicionado, esta forma de condução foi confortável o suficiente para ganhar uns quilômetros extras na autonomia.
Bônus: não use somente carregador rápido
A última dica não vai impactar no consumo energético entre cargas, mas vai te dar bateria com maior tempo de vida útil. Carregador rápido é o que temos de mais próximo para o pouco tempo necessário em um posto de combustível, mas a quantidade considerável de energia entrando em minutos tende a gastar mais os componentes químicos.
O ideal é você carregar o carro exatamente da mesma forma como faz com seu celular: sempre que o aparelho está sem uso, ele está na tomada. Levando para o automóvel, coloque um wallbox em casa e mantenha seu veículo plugado nele enquanto estiver estacionado na garagem.
Com isso você consome menos dos componentes químicos da bateria e terá a garantia de carga completa em todo o momento. Ela é mais lenta, mas o veículo já vai ficar estacionado a noite toda, não é? Ser rápido aqui é literalmente um desperdício de lítio ou outro elemento.
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Fonte: Olhar Digital
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