Um trabalho de investigação subaquática realizado pela empresa francesa Magellan Ltd nas profundezas do Oceano Atlântico, com o objetivo de mapear os destroços do Titanic, permitiu a primeira varredura digital 3D do maior naufrágio da história – conforme divulgado pelo Olhar Digital há cerca de duas semanas.

Esse resultado sem precedentes na história, que pode revolucionar tudo o que se sabe até hoje sobre o famoso navio, foi obtido graças a robôs submersíveis controlados remotamente, que passaram mais de 200 horas examinando as ruínas.

Relembre a tragédia:

Localizados a 3.800 metros de profundidade, os restos do navio têm sido objeto de estudo há décadas, no entanto, esta foi a primeira vez que puderam ser observados tão nitidamente, como se a água tivesse sido drenada.

Sondagem 3D inédita nos destroços do Titanic revelou detalhes do naufrágio e objetos pessoais das vítimas. Créditos: Magellan Ltd/Atlantic Productions

Inteligência Artificial pode ajudar a identificar donos dos objetos encontrados no Titanic

Mais de 700 mil imagens foram obtidas pelo trabalho (uma parceria com a Atlantic Productions, produtora audiovisual britânica), permitindo, ainda, a descoberta de objetos pessoais pertencentes às vítimas.

Entre eles, um curioso acessório chamou a atenção dos pesquisadores: um colar com pingente de dente de megalodonte. De acordo com um comunicado emitido pela Magellan, o objeto também contém ouro.

A descoberta foi “surpreendente, bonita e de tirar o fôlego”, disse o CEO da empresa, Richard Parkinson. Segundo ele, o colar não pôde ser retirado do naufrágio devido a um acordo entre as autoridades dos EUA e do Reino Unido que impede a remoção de objetos dos destroços.

Colar com pingente de dente de megalodonte encontrado nas ruínas do Titanic não teve imagem divulgada, mas seria algo parecido com isso. Crédito: Shrkco.com

Parkinson revelou que a equipe envolvida no estudo está atualmente tentando descobrir de quem era o acessório. A empresa está usando Inteligência Artificial para analisar imagens de embarque de passageiros no navio, examinando as roupas que eles estavam usando e empregando técnicas de reconhecimento facial.

Sobre o megalodonte

Extinto há cerca de 3,6 milhões de anos, o megalodonte é considerado o maior tubarão que já existiu. Os primeiros fósseis conhecidos da espécie datam de mais de 20 milhões de anos.

De acordo com o Museu de História Natural de Londres, o monstro marinho poderia passar de 18 metros de comprimento. Em comparação, os maiores tubarões brancos registrados medem, em média, pouco mais de seis metros.

Os dentes do megalodonte podem medir até 17 cm, embora os achados fósseis geralmente tenham entre 7,5 e 12,5 cm, segundo o Museu de História Natural da Flórida. Até hoje, os dentes encontrados são usados na confecção de acessórios, dependendo do tamanho.