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Três em cada dez pessoas da região querem deixar seus países; especialistas apontam crises econômicas e políticas como principal motivo para migrar
Pesquisa feita pelo Instituto Gallup aponta que a emigração aumentou em dez anos na América Latina. Em 2022, 31% dos moradores da região gostariam de deixar de maneira definitiva o país onde moram se pudessem. O percentual aumentou 13 pontos em comparação ao estudo anterior, feito em 2011. Com base nos dados atuais, três em cada dez pessoas querem deixar seus países. No mundo, cerca de 1,2 bilhão de pessoas gostariam de deixar seus países. O número representa a 15% da população mundial, hoje em mais de 8 bilhões de pessoas, e é 3 pontos maior em comparação ao último levantamento. Para o doutor em demografia José Eustáquio Diniz Alves, o “empobrecimento” da América Latina nos últimos dez anos é o responsável pelo crescimento da emigração. “O que aconteceu na última década, principalmente, é que o Brasil e a América Latina entraram em crise. Hoje, a renda per capita brasileira é menor do que a renda de dez anos atrás e muitas pessoas não têm oportunidade de emprego e perspectiva de melhorar de vida no país. Então essas pessoas desejam sair. Algumas conseguem e outras não”, comentou. Já o doutor em relações internacionais Igor Lucena cita a questão política como fator preponderante para deixar o país. “Brasileiros terminam vendo poucas oportunidades no país e um baixo nível de crescimento econômico. Associado a isso, também temos uma polarização de esquerda e direita que cria conflitos grandes. Isso está muito forte não só no Brasil, mas também em outras nações, como nos Estados Unidos. Então existe um grupo de pessoas que não só nas classes médias e baixas, mas também nas classes mais altas da sociedade, que estão desiludidos com a possibilidade de melhora do nosso país e terminam indo embora”, explica. Por outro lado, na Ásia, o estudo mostra que a população tem menos vontade de deixar a região. No Leste Asiático, por exemplo, apenas 4% da população deseja migrar, o menor porcentual no mundo. Em 2011, eram 7%. Na União Europeia o desejo diminuiu 4% e, no ano passado, chegou a 16%. Para a pesquisa, o Instituto Gallup ouviu cerca de 127 mil pessoas, de 15 anos ou mais, em 122 países. A margem de erro do estudo é de um ponto percentual.
*Com informações do repórter Victor Moraes.
Fonte: Jovem Pan News
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