A produtora Magnum Games, responsável pelo jogo “Simulador de Escravidão”, que recentemente foi excluído da Play Store do Google, será alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). E não apenas a desenvolvedora: usuários que baixaram o game e fizeram análises também podem ser alvos da investigação.

Nem todo mundo que baixou, no entanto, será investigado: o MP-SP vai atrás de pessoas que, além de instalarem e jogarem, também deixaram comentários racistas e discriminatórios na página de avaliações do aplicativo na loja Play Store do Android.

A promotora Maria Fernanda Pinto, responsável pelo caso, afirmou que existem ferramentas para identificar quais foram os usuários que deixaram os comentários considerados criminosos na página de avaliações. Alguns questionavam as poucas possibilidades de agressão, por exemplo.

“O que chama a atenção são as pessoas que baixaram e comentaram, com aspectos muito reprováveis de um racismo muito escancarado e comentários indefiníveis em termos de gravidade e horror que ferem qualquer parâmetro de civilização. Esse tipo de coisa travestido de entretenimento é ainda pior”, afirmou a promotora ao G1.

“Simulador de Escravidão”: entenda o caso

No jogo “Simulador de Escravidão”, os jogadores simulavam um senhor de escravos virtual e podia até mesmo agredir e torturar os escravos. Embora o jogo tivesse também um modo que permitia lutar pela liberdade e pela abolição, ele causou espanto por tratar algo tão criminoso e racista quanto a escravidão como se fosse algo lúdico.

O jogo, lançado em abril, foi removido da loja do Google no último dia 24, após repercussão do caso em redes sociais e na imprensa. O Google afirma que o título foi excluído por violar as diretrizes da Play Store. O app também será investigado pelo Ministério Público Federal.

“Temos conjunto robusto de políticas que visam manter os usuários seguros e que devem ser seguidas por todos os desenvolvedores. Não permitimos apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas”, explicou o Google em nota.

Via G1