Se você quiser reciclar garrafa de plástico ou recipiente de isopor, vire-o para ver o símbolo triangular de reciclagem na parte inferior. Mas, embora isso possa dizer de qual tipo de plástico o objeto é feito, na verdade, não diz o que você pode reciclar no meio-fio.
Não há programa federal de reciclagem nos EUA, idem no Brasil, o que significa que cada comunidade tem seu próprio sistema com suas próprias regras. Isso deixa cenário confuso para as pessoas, que podem não saber o que podem colocar em suas lixeiras, e não oferece maneira fácil para as empresas dizerem se suas embalagens podem ou não ser recicladas.
Mas se você virar um pacote e ver um código QR em alguns produtos no final deste ano (nos EUA), poderá digitalizar esse código e acessar ferramenta da Recycling Partnership, organização sem fins lucrativos que trabalha para melhorar a reciclagem.
Chamada de Recycle Check, a ferramenta pedirá que você digite seu CEP ou permita o compartilhamento de localização e, em seguida, dirá se aquela embalagem pode ser reciclada onde você mora com simples “sim” ou “não”.
Sarah Dearman, diretora de inovação da Recycling Partnership, diz que 60% das pessoas estão confusas sobre o que e como reciclar. “Fornecemos às pessoas educação e informações locais, mas, no final das contas, ainda existem [mais de] nove mil programas de reciclagem diferentes nos EUA”, diz ela.
“O que você pode reciclar onde mora provavelmente não é o mesmo que posso reciclar onde moro.” Por exemplo, alguns programas de reciclagem na calçada aceitam papel alumínio, enquanto outros não; o mesmo vale para materiais, como caixas de leite revestidas com cera ou recipientes para viagem.
E se você simplesmente jogar qualquer coisa nas lixeiras na esperança de que alguma coisa esteja certa, isso pode realmente fazer mais mal do que bem. Essa tendência pode contaminar os centros de reciclagem, levando a mais custos e até mesmo a danos aos equipamentos de reciclagem.
A Recycling Partnership já está trabalhando com algumas empresas para adicionar o código QR em suas embalagens: a General Mills e a Horizon Origin devem lançar esses rótulos ainda este ano.
O Recycle Check também possui chatbot online, pelo qual as pessoas podem usar para inserir sua localização e responder a perguntas sobre de que tipo de material é feito o item que estão tentando reciclar.
Esse chatbot faz perguntas cada vez mais específicas, para que você possa aprender amplamente sobre plástico, por exemplo, mas também sobre sacolas plásticas, embalagens plásticas, garrafas plásticas e muito mais.
O Recycle Check usa o banco de dados nacional de reciclagem da organização sem fins lucrativos, que conta com aprendizado de máquina e automação para coletar informações de reciclagem de diferentes sites da comunidade e do governo.
Dearman afirma que esse banco de dados cobre 97% dos EUA. Ainda assim, ela acrescenta, 40% dos EUA não têm acesso fácil à reciclagem, que ela define como sendo tão fácil reciclar algo quanto jogá-lo fora.
Outro símbolo de reciclagem em embalagem não conserta completamente o cenário fragmentado de reciclagem, ou torna mais fácil para as pessoas reciclar onde não há infraestrutura. E um código que as marcas devem adotar pode ser difícil de escalar. Mas os símbolos de reciclagem podem mudar em breve.
Recentemente, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, juntamente com grupos ambientais, pediu à Comissão Federal de Comércio que removesse o icônico símbolo de seta circular dos plásticos que não são realmente recicláveis, dizendo que é “enganoso”.
Os números dentro do símbolo simplesmente categorizam o plástico por tipo; ter o símbolo lá não significa necessariamente que a embalagem seja realmente reciclável. Essa pode ser uma das muitas mudanças que vêm como parte das atualizações da FTC em seus Guias Verdes, que visam impedir que as empresas façam reivindicações ambientais sem fundamento.
Com informações de Fast Company
Fonte: Olhar Digital
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