As aranhas teia-de-funil se originaram na Austrália e são uma das mais venenosas do mundo. Agora um novo estudo aponta que o veneno desses animais podem variar dependendo do humor delas.
Na pesquisa publicada na revista PLOS ONE, os pesquisadores analisaram a forma com que as teia-de-funil produzem seu veneno, ao mesmo tempo que tentavam entender a relação de alguns fatores, como frequência cardíaca e comportamento da aranha, na proporção das toxinas presentes.
Entender essa produção da toxina é importante, já que ela pode ser aplicada em pesticidas naturais, produtos farmacêuticos e na produção do antídoto contra sua própria picada. Assim saber como esses animais produzem o veneno pode ajudar na hora da ordenha e no melhor aproveitamento da coleta.
As teias de funil têm os venenos mais complexos do mundo natural e são valorizadas pela terapêutica e bioinseticidas naturais que estão potencialmente ocultos em suas moléculas de veneno. Saber mais sobre como eles são produzidos é um passo para liberar esse potencial.
Linda Hernández Duran, bióloga líder da pesquisa, em resposta a Science Alert
Análise comportamental
Muitos estudos foram realizados para entender o veneno das teias-de-funil visto que ele só é mortal para insetos e primatas. Mesmo que os pesquisadores já tenham observado a complexidade da toxina, eles nunca consideraram o comportamento, o estado físico e o ambiente das aranhas.
Na pesquisa foi analisado o comportamento:
Enquanto esses comportamentos eram observados, a frequência cardíaca das aranhas também era monitorada, a fim de conseguir um valor aproximado da taxa metabólica. No final, o veneno foi coletado e analisado.
As alterações na composição do veneno só foram percebidas em uma das espécies analisadas no estudo, quando elas demonstraram um comportamento defensivo e uma frequência cardíaca mais alta.
Os pesquisadores acreditam que isso acontece porque a produção de veneno e comportamentos agressivos demandam energia. Para compensar isso, as aranhas aceleram seu metabolismo para a produção de toxinas e reduzem seus movimentos quando estão sob ameaça.
Os resultados poderão ser muito úteis na produção de antivenenos e no estudo de outros componentes do veneno que podem ser utilizados.
Mostramos pela primeira vez como componentes específicos do veneno estão associados a variáveis comportamentais e fisiológicas específicas e demonstramos que essas relações dependem do contexto. Ganhamos algumas informações valiosas para uma maior exploração e compreensão do papel ecológico do veneno.
Linda Hernández Duran
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Fonte: Olhar Digital
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