A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou na terça-feira (30) mais dois casos do superfungo Candida auris em Pernambuco. Com as notificações, subiu para 6 o número total de pessoas infectadas no estado em 2023. 

O que aconteceu? 

Segundo a SES, os dois novos pacientes, uma idosa de 70 anos e um homem de 51, não apresentaram “repercussões clínicas decorrentes do fungo”. A mulher ficou internada por nove dias e já recebeu alta do Hospital Miguel Arraes, em Paulista, o homem segue no Hospital Tricentenário, em Olinda, devido histórico de acidente vascular cerebral (AVC). 

Importante ressaltar que, mesmo após a alta hospitalar, o paciente pode permanecer colonizado (com o vírus no corpo, mas sem sintomas) por cerca de três a seis meses.  

SES de Pernambuco em nota. 

O que é Candida auris e por que está sendo chamada de superfungo? 

Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública devido à capacidade do microrganismo de resistir aos principais medicamentos antifúngicos. Em outras palavras, ele tem demonstrado forte resistência a tratamentos, por isso recebeu a nomenclatura de superfungo — algo reconhecido pela comunidade científica. 

Ele foi identificado pela primeira vez no Japão, em 2009, em um caso de otomicose — infecção fúngica oportunista do conduto auditivo externo. Desde então, se espalhou por todos os continentes, com exceção da Antártica. No Brasil, chegou em 2020, em um homem internado por covid-19 — o que potencializou o alerta contra a doença e o fungo.

Imagem: shutterstock/QINQIE99

No geral, não há manifestação clínica da presença do superfungo no paciente que está colonizado. No entanto, um machucado, uma ferida na pele ou o uso de cateter no hospital pode permitir que ele entre no corpo e atinja a corrente, podendo prejudicar órgãos como o coração e o cérebro — em casos graves, ao qual pessoas imunocomprometidas são mais suscetíveis, uma infecção generalizada pode resultar em morte (sepse). 

De acordo com informações da CNN, desde março de 2017, o Brasil possui um documento com orientações de como os serviços de saúde devem proceder para prevenir e controlar a disseminação do fungo, principalmente devido ao risco de infecção no próprio hospital. 

Surtos no Brasil 

Essa não é a primeira vez que o Brasil enfrenta um surto de Candida auris. Entre 2021 e 2022, o Recife registrou o maior número de casos no país, com 48 notificações. Ainda não há evidências de que os novos registros tenham vínculo com casos ocorridos nos anos anteriores. 

Entre as principais medidas de prevenção está a higiene das mãos, bem como a limpeza de superfícies hospitalares ou qualquer outra que possa ter tido contato com material infectado.

Com informações do G1 e CNN