Os tsunamis são provocados principalmente por terremotos e vulcões submarinos, podendo destruir completamente comunidades costeiras. Monitorar quando ocorrem esses eventos pode ajudar a emitir alertas muito antes que essas ondas gigantes cheguem à costa, e agora o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA está testando mecanismo de detecção via satélite.
O sistema conhecido como GNSS Upper Atmospheric Real-time Disaster Information and Alert Network (GUARDIAN) usa dados fornecidos por conjuntos de satélites de GPS, os GNSS. Os sinais emitidos por ele são calibrados pelo JPL, melhorando a posição em tempo real. E ao analisar esses sinais, o sistema consegue encontrar tsunamis que acabaram de surgir na Terra.
Ocorrência de tsunamis e detecção via satélite
Quando um tsunami ocorre, as águas de muitos quilômetros quadrados do oceano se movem para cima e para baixo praticamente em harmonia, fazendo o ar se deslocar em todas as direções, o que causa um estrondo de baixa frequência e ondas gravitacionais. Quando as vibrações chegam à ionosfera, camada superior da Terra eletricamente carregada, o choque pode distorcer os sinais dos satélites de posicionamento próximo.
Em sistemas de localização, essas distorções são corrigidas, mas no caso de tsunamis, elas podem ser usadas para emitir alerta muito antes deles destruírem tudo. O sistema ainda precisa amadurecer, mas atualmente, ele consegue detectar as ondas gigantes apenas 10 minutos antes delas surgirem, podendo fornecer até uma hora a mais de alerta, dependendo do epicentro do evento.
Essa característica do GUARDIAN se deve principalmente a ele conseguir cobrir o oceano aberto, coisa que os principais instrumentos de detecção atual não conseguem fazer. Além disso, ele é uma opção muito mais barata.
Quando há um grande terremoto perto do oceano, queremos saber rapidamente a magnitude e as características do terremoto para entender a probabilidade de um tsunami ser gerado e queremos saber se um tsunami foi realmente gerado. Hoje existem duas maneiras de saber se um tsunami foi gerado antes de atingir a costa – as bóias DART da NOAA e as observações da ionosfera GNSS. Há um número limitado de bóias e elas são muito caras, então sistemas como o GUARDIAN têm o potencial de complementar os sistemas de alerta atuais.
Gerald Bawden, cientista do programa de Superfície e Interior da Terra da NASA
O sistema no momento está focado em observar metade da área do Círculo de Fogo do Pacífico, região onde aconteceram cerca de 78% dos tsunamis de entre 1900 e 2015, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). No futuro, o JPL da NASA espera expandir a atuação do GUARDIAN e melhorar sua precisão para os eventos serem detectados automaticamente.
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Fonte: Olhar Digital
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