Uma das grandes dores de cabeça que enfrentamos durante uma mudança é transportar um sofá: grande, pesado e desajeitado, o móvel que nos garante conforto para assistir filmes na TV também é o mais difícil de levar de um lugar para o outro. Agora a inteligência artificial entrou em ação para desenvolver um novo tipo de sofá: dobrável, ele pode ser carregado por uma única pessoa como se fosse um envelope (bem grande).
O projeto foi desenvolvido pelo estúdio de design dinamarquês Space10 em uma parceria com a empresa suíça Panter&Tourron. Enquanto os dinamarqueses entraram com o design do sofá, os suíços usaram a inteligência artificial para transformá-lo em um móvel dobrável.
O resultado final é um sofá com design modular, braços ajustáveis e painéis finos para posicionar o estofado. Ele pesa cerca de 10 kg e, quando dobrado, pode ser carregado sem muita dificuldade por apenas uma pessoa.
ChatGPT e IAs de geração de imagens ajudaram a criar o sofá
Georgina McDonald, uma das responsáveis pelo projeto na Dinamarca, contou como foi o uso da inteligência artificial para desenvolver o sofá. “Como parte da estratégia original, eu escrevi no ChatGPT ‘um sofá pode caber em um envelope?’ E, claro, a resposta foi não”, explica. “Isso nos empolgou bastante, já que o algoritmo é alimentado por conotações do que é um sofá e o que é um envelope.”
Os designers da Space10 trabalharam em centenas de ferramentas que transformam texto em imagem com base em IA até chegarem ao design plano final. “Assim que removemos a palavra ‘sofá’ e passamos a adotar termos como plataforma, tenta, cama, superfície, passamos a nos aproximar do que queríamos,” explicou McDonald.
Após centenas de iterações, o design final escolhido foi um que lembra assentos de uma lanchonete que podem ser dobrados feito um origami. E, por ser modular, ele pode até ser reposicionado para as pessoas sentadas ficarem de frente uma para outra — uma maneira sugerida pela IA para transformar o móvel em um local para conversas.
Objetivo é inspirar novas abordagens
A IA ajudou, mas o sofá só se tornou um produto real graças ao trabalho da Space10 e da Panter&Tourron. “ChatGPT, stable Diffusion, Midjourney e Dall-E não podem dizer se o sofá é confortável, ou se o tecido é suave o suficiente, ou se ele vai ser seguro”, conta McDonald. E as empresas planejam continuar desenvolvendo novos conceitos de móveis — e, mais do que isso, ajudar quem também quiser redesenhar objetos do nosso cotidiano. “Queremos usar isso como uma ferramenta colaborativa.”
“Nós temos essa ferramenta potente de AI generativa; não precisamos mais nos prender a certos arquétipos,” continua. “Eu acho que o sofá foi um bom começo, mas espero que esse método ou essas conversações sejam mais um veículo para buscarmos coisas adicionais”, concluiu.
O design final do sofá dobrável está em exposição no Festival de Arquitetura de Copenhague, e McDonald acredita que ele não deve chegar às lojas em um futuro próximo — em primeiro lugar, os criadores querem ouvir a opinião do público para ver o que ainda pode ser melhorado. Mas, de qualquer forma, parece que a inteligência artificial nos levará a um mundo com mudanças mais simples, graças a sofás que podem ser carregados como se fossem envelopes.
Via FastCompany
Fonte: Olhar Digital
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