O fogovivo de Game of Thrones apesar de parecer algo mágico realmente pode ter existido na realidade, e assim como na série era uma arma medieval extremamente mortal. O fogo grego, como era conhecido, confundia aqueles contra qual ele era usado, principalmente pelo fato dele queimar mesmo sobre a água. Mas até hoje, pouco se sabe sobre ele.
O fogo grego, apesar do nome, não surgiu na Grécia, mas sim na região da Turquia, por volta do século VII d.C, durante o Império Bizantino, recebendo esse nome somente séculos depois.
A arma provavelmente surgiu como uma forma de vingança de Kallinikos de Heliópolis, um hebreu fugido da Síria bizantina recém tomada pelo califado muçulmano de Rashidun. Ao chegar à capital do império, Bizâncio, começou a criá-la para proteger o local do mesmo exército que havia destruído seu lar.
De acordo com pesquisadores, o primeiro uso do fogo grego foi pouco tempo depois disso, durante a Guerra de Sete Anos, que durou de 674 a 680.
Contando com [a] arma, os bizantinos conseguiram expulsar a frota árabe e levantar o cerco de Constantinopla
Alex Roland, historiador, em artigo de 1992
O que era o fogo grego?
O fogo grego, assim como o fogovivo, possuía chamas verdes e era extremamente difícil de se extinguir. Quando lançado dos navios, ele fazia barulho e fumaça incendiando embarcações e até mesmo a água.
No entanto, ainda não se sabe do que exatamente era composto o fogo grego, mesmo que ele tenha sido conhecido em diversas regiões da Europa e Ásia Ocidental. O pouco que sabe é que ele era líquido e era disparado da proa de navios especialmente projetados.
O palpite dos pesquisadores é de que provavelmente o fogo grego era petróleo, retirado de poços naturais ao redor do Mar Negro, misturado com outros ingredientes, que poderiam ser resina, alcatrão de pinho, gordura animal, piche, enxofre, cal e betume, mas sem certeza de como exatamente ele era produzido.
Isso se deve principalmente ao fato de que a receita do fogo grego era tão secreto que acabou sendo perdido. De acordo com algumas lendas, apenas duas famílias sabiam a fórmula para produzir a arma, a família do imperador e uma família chamada Lampros.
Outra possibilidade é que não estamos olhando além, o fogo grego era muito mais do que apenas líquido, era todo um sistema, também composto por navio, tubo de lançamento e caldeirão. Assim, para conseguir reproduzir o armamento, seria preciso não só saber a fórmula, como conhecer todo o equipamento.
E acredita-se que o conhecimento dessas etapas estava dividido entre diferentes pessoas.
Para roubar o segredo era necessário roubar todos os componentes. Mas as pessoas com conhecimento dos componentes nunca estavam no mesmo lugar ao mesmo tempo […] os bizantinos compartimentavam o conhecimento de seu sistema para que ninguém que caísse nas mãos do inimigo carregasse mais do que uma fração do segredo.
Alex Roland, historiador, em artigo de 1992
Fonte: Olhar Digital
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