Atualmente, a doença de Alzheimer não tem cura. Os tratamentos existentes concentram-se na prevenção (como exercícios e dieta saudável) e na redução de fatores agravantes (como diabetes e pressão alta).
Agora, pesquisadores investigam como vírus – considerado outro fator agravante –, podem desempenhar um papel importante nas doenças degenerativas. Entre os vírus já relacionados com Alzheimer e demência, estão herpes simplex tipo 1 (que causa herpes labial), varicela zoster (que causa catapora e herpes zoster) e SARS-CoV-2 (que causa Covid-19).
Em seu estudo, publicado no periódico “Neurobiology of Aging”, uma equipe multidisciplinar de cientistas de diferentes universidades busca descobrir como e quando esses vírus contribuem para doenças. Com isso, eles serão capazes de desenvolver novas terapias para preveni-las.
Para isso, eles focaram em estudar o ponto de entrada mais vulnerável para o cérebro: o nariz. Muitos dos vírus implicados na demência não apenas entram pelo nariz, mas interagem com o sistema olfativo.
Com uma nova tecnologia capaz de sequenciar mRNA analisando pequenas partes por vez, os pesquisadores conseguiram determinar a sequência do RNA mensageiro do bulbo olfatório (responsável por enviar mensagens pelos longos nervos do trato olfativo) e amostras do trato olfativo de seis pessoas com Alzheimer familiar – uma forma hereditária da doença – e seis pessoas sem Alzheimer.
Nas amostras de pacientes com Alzheimer familiar, eles encontraram expressão gênica alterada, indicando sinais que houve uma infecção viral anteriormente no bulbo olfatório e também respostas imunes inflamatórias no trato olfativo.
Além disso, nos pacientes com a doença, eles encontraram níveis mais elevados de proteínas envolvidas na desmielinização nas células do trato olfativo. A mielina é uma camada protetora ao redor dos nervos que permite mais rapidez nas sinapses. Danos a ela, prejudicam a comunicação neural.
Com base nesses achados, os pesquisadores acreditam que a inflamação e desmielinização resultantes da infecção viral podem contribuir para a neurodegeneração acelerada observada na doença de Alzheimer. Por isso, há uma possibilidade de que a vacinação contra determinados vírus possa ser uma medida preventiva para evitar-se a demência.
Via The Conversation.
Fonte: Olhar Digital
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