Li há pouco tempo uma pesquisa que afirmava que o setor de Tecnologia da Informação apresenta somente 24,5% de profissionais mulheres. Estar no meio tecnológico nem sempre é fácil, ainda mais sendo minoria. No entanto, devemos ser exemplo e inspiração para meninas que sonham em trabalhar na área.
Como uma representante do gênero feminino em um cargo de relevância no mercado de tecnologia, tenho como um dos meus principais objetivos dar oportunidades e visibilidade também para as mulheres que compõem nossas equipes, contribuindo com o crescimento de todas neste mercado. Acredito que esse seja o principal papel das líderes atualmente, dar visibilidade e se unir umas às outras, para que mudemos o cenário majoritariamente masculino no qual trabalhamos.
Valorizo muito a minha trajetória. Estive em empresas, inclusive a que lidero agora, em que as mulheres são valorizadas, mas entendo que exercer a feminilidade ainda carrega muitos desafios no ambiente corporativo. Pensamos sempre em como devemos nos vestir, nos portar e em como seremos interpretadas. Essas são preocupações que as mulheres têm sempre e que nem passam pelo pensamento do público masculino.
Caminho a ser seguido
Cabe às mulheres em cargos de liderança olhar, efetivamente, para o gênero feminino na hora de contratar. De acordo com uma pesquisa que li da FGV enquanto preparava este conteúdo, 51,56% das mulheres estavam empregadas em 2021 no Brasil, para os homens, essa taxa é de 71,64%.
Existe uma discrepância inegável nestes números e que pode ser salientada, muitas vezes, por outros fatores:
Um estudo da KPMG feito com 700 mulheres com vasta experiência em liderança, revelou que 75% das participantes relataram ter experimentado o sentimento durante sua carreira. Além disso, 62% ainda sentem preocupação em não ser capazes de atender às expectativas culturais de sua empresa e 56% disseram temer que as pessoas ao seu redor não acreditem em sua capacidade. Se isso ocorre com quem já chegou ao topo, imagine com quem está tentando galgar seu caminho.
O desafio é contínuo
Nem sempre é fácil superar esse sentimento com todas as imposições que são feitas pela sociedade para as mulheres. Precisamos de um exercício contínuo de reconhecer vitórias, considerar não só as falhas ou erros e enxergar as coisas boas que fazemos. Precisamos levar em consideração que os erros sempre acontecerão e que eles não são exclusivos às mulheres — uma falha não deveria fazer com que você se sinta menos capaz ou qualificada.
É possível superar o sentimento de incapacidade, mas é uma jornada árdua. Cabe a nós, mulheres na liderança, auxiliar as demais a também perceberem isso, dando oportunidades a elas para crescimento profissional. Precisamos dar apoio quando, muitas vezes, ninguém as apoia.
É preciso que as mulheres que são líderes abram espaço para as demais. Devemos fazer com que o mercado busque a diversidade e priorize minorias em contratações para fomentar a igualdade de gênero e dar chances às mulheres de superar as dificuldades impostas pela sociedade.
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Fonte: Olhar Digital
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