Uma expedição da Unesco no Mar Mediterrâneo descobriu três naufrágios, que rolaram até 2,1 mil anos atrás. Os locais dos navios revelam que os antigos marinheiros não se limitavam à navegação costeira, como se supunha até então. A descoberta mostra que eles ousavam entrar no mar aberto para lucrar com suas cargas de vinho e azeite.
Para quem tem pressa:
Uma das embarcações data entre 100 a.C. e 200 d.C., enquanto as outras duas são do final do século 19 (ou início do século 20). Os barcos estavam numa área de pesquisa que inclui os traiçoeiros e rasos Skerki Banks na Tunísia, além de águas mais profundas ao norte e leste, que separam a Sicília do norte da África.
Segundo comunicado, participaram da expedição, feita em 2022, arqueólogos subaquáticos de oito países: Argélia, Croácia, Egito, França, Itália, Marrocos, Espanha e Tunísia.
Naufrágio mais antigo
A equipe investigou os naufrágios com dois robôs subaquáticos e o navio de pesquisa Alfred Merlin, operado pelo DRASSM (Departamento de Pesquisa de Arqueologia Subaquática e Submarina), do Ministério da Cultura da França.
O naufrágio mais antigo é um navio mercante romano, que afundou entre 100 a.C. e 200 d.C. – ou seja, há, no máximo, 2,1 mil anos. A embarcação, de 18 metros de comprimento, carregava jarros de barro, também chamados de ânforas, segundo a arqueóloga subaquática Franca Cibecchini, da DRASSM, para a National Geographic.
O navio parcialmente intacto estava a quase 55 metros de profundidade. E o design dos jarros sugere que eles continham vinho da Itália. Mas os arqueólogos ainda irão recuperar alguns deles para testar essa hipótese.
Outros naufrágios
Os outros navios são uma grande embarcação de metal motorizada do século 19 (ou 20), sem nenhum vestígio de carga. Já o outro naufrágio, aproximadamente da mesma idade, era feito de madeira e provavelmente não motorizado. Este último também não tinha carga e era menor, com 15 metros de comprimento. Por isso, pode ter sido um barco de pesca.
Junto dos novos três naufrágios, os cientistas investigaram ainda navios já conhecidos da era romana no lado leste do Canal da Sicília, também com cargas de ânforas.
Cibecchini contou que os locais de naufrágio mostram claramente que os mercadores dessa época estavam dispostos a navegar direto entre a Itália e o norte da África, em vez de seguir uma rota mais segura que abraçasse o litoral.
A Unesco informa que em torno da área de Keith Reef, no Skerki Banks, um mapa batimétrico detalhado do fundo do mar foi produzido pela primeira vez. Ele destacou vestígios do patrimônio cultural subaquático, que contribuíram para a documentação dos navios.
Com informações de National Geographic
Fonte: Olhar Digital
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