Segunda-feira, Novembro 25, 2024
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Martins, Lage e Carvalhal… Quem são os portugueses que surgem como opção no Atlético

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O Atlético Mineiro está no mercado em busca de um novo treinador, após o conturbado pedido de demissão de Eduardo Coudet, feito ainda no vestiário do Mineirão depois do empate com o Red Bull Bragantino. A saída do argentino mal foi consumada e nomes já começaram a surgir nos bastidores para assumir o cargo no Galo, com três das opções seguindo a tendência portuguesa no futebol brasileiro. Mas quem são Pedro Martins, Bruno Lage e Carlos Carvalhal?

Entre os três treinadores, apenas Pedro Martins encontra-se empregado. O treinador, de 52 anos, comanda o Al-Gharafa do Catar, para onde se mudou em janeiro após um longo período no Olympiacos, da Grécia. Apesar ter contrato com o clube catari, o técnico teria sido oferecido ao Atlético, assim como Bruno Lage, este livre desde outubro do ano passado, quando foi demitido do Wolverhampton, da Inglaterra.

Além de Pedro Martins e Bruno Lage, outro nome apontado é o de Carlos Carvalhal, que seria o mais difícil deste trio. Diferente dos demais, Carvalhal não foi oferecido ao Atlético, mas já esteve no radar do clube anteriormente – um acordo do Galo com o português foi costurado antes da chegada de Eduardo Coudet, mas não foi concretizado. Curiosamente, Carvalhal substituiu Coudet no Celta e, agora, o cenário inverso poderia acontecer.

Para entender melhor sobre quem é cada um desses três treinadores portugueses, oGol conversou com o jornalista Miguel Amaral, do site parceiro zerozero.pt.

“Desses três nomes, Pedro Martins talvez seja o que tem ‘menos nome’, também pelo passado mais recente. Pedro Martins foi um jogador de certo sucesso, chegou a jogar na seleção portuguesa e depois a carreira de treinador foi construída com muita determinação, com projetos muito sólidos em Portugal. Ele conseguiu chegar nos torneios da Uefa e depois houve um período de discussão sobre se poderia dar um salto para um grande em Portugal, mas por opção de carreira ele vai para a Grécia e passa muitos anos no Olympiacos, ou seja, foge um pouco do radar em Portugal. Mas o Olympiacos é um clube grande, onde ele conquistou troféus, conviveu com grande exigência, o que com certeza o preparou para um eventual desafio no Atlético”, começa o jornalista.

Na análise de Miguel Amaral, Pedro Martins tem um traço que pode diferir bastante o treinador de Eduardo Coudet: a comunicação. O argentino, em seis meses de Atlético, conviveu com diferentes atritos com a diretoria, que por vezes acabaram por se tornar fatos públicos em coletivas.

“Pedro Martins, a nível de personalidade, é uma pessoa que eu não diria fechada, mas é muito pé no chão, não dá grandes euforias. Ele tem um dado curioso: em Portugal, pelo menos, sempre deixou boas imagens pelos clubes. Ou seja, sempre saiu com respeito, amigavelmente e sempre deixou essa imagem positiva. Seria um desafio, apesar das experiências anteriores por Olympiacos e Vitória de Guimarães, é sempre um desafio diferente ir para um clube com as ambições do Atlético, então é uma aposta com algum risco por este aspecto”, opina.

“É um treinador com um passado grande no futebol de formação (categoria de base), que é um aliciante importante na forma dele atuar. Bruno Lage sempre teve muito cuidado e muito olhar para a base – no Benfica sempre lançou muitos jogadores. É um treinador que, curiosamente, já trabalhou com Carlos Carvalhal, foi auxiliar dele na Inglaterra. Depois dessa passagem pela base e pela Inglaterra, ele volta para Portugal, assume o Benfica B e num espaço de meses surge a oportunidade na equipe principal”, explica o jornalista.

“(ele) era um treinador com pouco nome que chegava para uma equipe como o Benfica. Aí teve um impacto fantástico, o Benfica começa a jogar um futebol fantástico e chega ao título em Portugal. Era um pouco como o ‘treinador da moda’ pela forma de jogar, pelo discurso positivo, evitar polêmicas… Depois a segunda temporada começa bem, mas aí vem a pandemia, muda muito o rumo das coisas, acaba por perder o campeonato, sai e pouco depois assume o desafio no Wolverhampton. Foi uma passagem entre altos e baixos, ele mudou um pouco a forma de jogar, também pelo projeto em si. Foi um treinador mais defensivo, com muitos problemas em marcar gols”, relembra Amaral.

O Wolves, ex-clube de Bruno Lage, terminou a Premier League como pior ataque do torneio, com apenas 31 gols em 38 jogos. Apesar disso, o clube escapou do rebaixamento e não esteve sob comando do português a maior parte do campeonato, já que logo em outubro ele foi substituído por Steve Davis e, posteriormente, Julen Lopetegui.

“Um ponto que pode ser importante numa eventual ida para o Brasil é que Bruno Lage, pelo seu discurso, sempre prezou muito pelo aspecto familiar. Ele sempre fez muita questão de falar da ligação que tem com a família e parece-me ser um treinador que não tem muita tendência ao risco, então pode ser algo que pode evitar, e definir ou não a ida ao Brasil”, afirma.

“Carvalhal é um treinador que começou de baixo e conseguiu atenção quando conseguiu um feito fantástico em 2002, quando leva um time da terceira divisão para a decisão da Taça de Portugal. Depois ele vai continuando a crescer, chega ao Sporting, talvez cedo demais para ele e numa fase difícil do Sporting, as coisas não correram muito bem. Desde então ele tem abraçado grandes projetos, esteve no Besiktas, na Arábia, no Braga consegue um trabalho com futebol de muita qualidade, o que reforçou muito o seu nome, e esteve agora no Celta de Vigo, com impacto rápido, as coisas depois se complicaram um pouco, mas conseguiu o objetivo de não cair de divisão, e claramente é um treinador que está numa fase da carreira de ambição: quer ganhar títulos”, diz o jornalista.

Para o jornalista português, um aspecto fundamental para convencer o treinador é convencer, ao mesmo tempo, sua equipe técnica – ou seja, todo o staff que o acompanha. Na opinião de Amaral, entre os três treinadores, o ex-comandante do Celta de Vigo seria o mais “preparado” para assumir o Atlético neste momento.

“É um treinador que é difícil ficar indiferente. Há pessoas que gostam mais do estilo, outras que gostam menos, mas em provas concretas é um treinador de bom futebol, que aposta na categoria de base e que nesta fase sinto que está preparado e ele próprio quer um clube da dimensão do Atlético para brigar por títulos”, finaliza.

Acompanhe a visão geral do jornalista português sobre os treinadores na íntegra no YouTube.

Fonte: Ogol

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