Quando as vendas de ingressos abrem, começa a luta. Conseguir um lugarzinho para ver seu artista gringo favorito no Brasil é sempre uma jornada que exige sorte, agilidade e paciência. E você fica a mercê de preços abusivos cobrados por cambistas e “sites paralelos”. Mas não precisava ser assim, porque existem ferramentas para barrar isso.
Para quem tem pressa:
Pelo menos, é o que explicou o especialista em tecnologia Arthur Igreja ao Olhar Digital. Enquanto a demanda supera muito a oferta, os cambistas aproveitam brechas das plataformas de venda para lucrar. No final, quem sai perdendo são os fãs.
Casos mais recentes
A fila virtual para comprar ingressos para o show da cantora Taylor Swift em São Paulo (SP) chegou a 1,6 milhão de dispositivos conectados na manhã desta segunda-feira (12), quando as vendas para o “público geral” abriram.
Enquanto fãs da cantora reclamavam de cambistas nas filas, um site internacional de revenda já comercializava entradas para as apresentações pouco depois de as vendas para o “público geral” serem abertas.
Num deles, que compra espaço patrocinado no Google, havia 172 ingressos disponíveis, às 11h, para o show do Rio, que acontece no dia 18 de novembro, no Engenhão. Entradas de pista chegavam a custar cerca de R$ 2 mil, enquanto nos canais oficiais de venda elas são comercializados por R$ 600 (R$ 325 a meia entrada).
Os fãs de Coldplay e Red Hot Chilli Peppers enfrentaram cenários parecidos em 2023 no Brasil. Em Curitiba, por exemplo, apareceram ingressos para os shows das duas bandas no “mercado paralelo”, logo após esses esgotarem nas bilheterias oficiais, com valores exorbitantes, que chegavam a ser até oito vezes mais caros.
Para você ter uma ideia, usuários venderam ingressos na pista Premium (meia-entrada) para o show do Coldplay, em Curitiba, por R$ 2.875 numa plataforma de revenda. A mesma entrada foi vendida pelo site oficial do evento por R$ 490.
A infraestrutura de vendas precisa ser amplamente melhorada, pois isso tem se repetido com frequência em todos os grandes shows. Cada vez mais, temos uma enorme busca por ingressos e é o clássico problema de oferta e demanda. Ou seja, vemos muito mais demanda do que oferta. Milhares de cambistas compram ingressos porque sabem que vão conseguir revender. E com um ágil bastante grande.
Arthur Igreja, especialista em tecnologia, ao Olhar Digital
O que fazer, então?
Segundo o especialista, existem saídas tecnológicas para, por exemplo, rastrear quem, de fato, comprou o ingresso e quem comprou apenas para revender. Incorporá-las seria um primeiro passo para inibir esse cambismo.
Um ponto importante que vale ressaltar é que existem muitas ferramentas de tecnologia que poderiam auxiliar. Entre elas, estão o blockchain e NFTs. Com isso, teria rastreabilidade e diminuiria o cambismo digital e também a atuação dos cambistas físicos nas portas dos estádios.
Arthur Igreja, especialista em tecnologia, ao Olhar Digital
O especialista explicou que ingressos em NFT permitiria “saber na hora” quem está acessando o evento. “A indústria de eventos, salvo mudanças pontuais e vagarosas, está muito parecida com o que ela sempre esteve. Ou seja, a jornada de compra, o funcionamento, a tecnologia, tudo está muito parecido com 15 anos atrás. Não evoluiu praticamente nada”, disse.
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Fonte: Olhar Digital
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