Sábado, Dezembro 6, 2025
spot_img
Início TECNOLOGIA E ENTRETENIMENTO UE quer desmembrar negócio de anúncios do Google

UE quer desmembrar negócio de anúncios do Google

Logo do Google com remédios empilhados ao fundo

Os reguladores antitruste da União Europeia estão considerando a possibilidade de desmembrar o negócio de tecnologia de publicidade do Google como parte de nova reclamação antitruste, intensificando pressão internacional para afrouxar o controle do gigante das buscas sobre anúncios digitais.

A Comissão Europeia, o principal regulador antitruste da UE, deve apresentar, na quarta-feira (14), queixa antitruste formal contra o Google, alegando que a empresa abusa de seu papel como um dos maiores corretores, fornecedores e leiloeiros online de anúncios digitais em sites de terceiros e aplicativos.

Como parte desse caso, as autoridades da UE estão considerando ordenar que o Google venda algumas partes de seus negócios de tecnologia de anúncios. Essas deliberações não foram relatadas anteriormente.

Embora a comissão possa, se mantiver as acusações em sua reclamação, ordenar medidas antes da venda de ativos, os reguladores atualmente acreditam que não há mudanças comportamentais óbvias que o Google possa fazer para lidar com suas preocupações.

É incomum que a comissão ordene desinvestimentos significativos em casos antitruste, que muitas vezes são resolvidos com multas e ordens de mudança de comportamento. O Google se recusou a comentar.

Lentidão em julgamentos antitruste

Os casos de UE e EUA pressagiam batalhas antitruste prolongadas em ambos os lados do Atlântico, com implicações sísmicas para a indústria de anúncios digitais. A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido também está investigando os negócios de tecnologia de anúncios do Google.

O setor representou quase 14% dos US$ 54,5 bilhões (R$ 264,9 bilhões) da empresa em receita de publicidade no primeiro trimestre.

Embora praticamente invisíveis para os usuários da internet, as ferramentas de tecnologia de anúncios do Google sustentam grande parte da compra e venda de anúncios digitais que ajudam a financiar editores online.

O negócio de ad-tech da empresa inclui ferramenta que os editores podem usar para oferecer espaço publicitário, produto para os anunciantes comprarem esses slots e troca que vincula automaticamente os licitantes a páginas da Web à medida que são carregadas para usuários individuais.

Acusações de monopólio

O Google, há muito tempo, enfrenta alegações – de executivos de mídia, legisladores e reguladores – de que sua presença em vários pontos do processo de compra de anúncios online lhe dá vantagem injusta sobre os rivais da tecnologia de anúncios e desvia a receita dos editores online.

O Google contestou essas alegações e argumentou que editores e anunciantes usam suas ferramentas porque são competitivas e eficazes.

A empresa também disse que não tem planos de vender ou sair do negócio de tecnologia de anúncios, em parte porque deseja apoiar o modelo de negócios para sites, de modo que seu principal negócio de mecanismos de busca tenha mais sites para encontrar.

A reclamação que a UE está prestes a apresentar decorre de investigação que os reguladores da instituição abriram formalmente sobre o setor em 2021.

Como parte da investigação, a UE também analisou questões relacionadas, como se o Google excluiu concorrentes de intermediar a compra de anúncios no YouTube.

O Google já tentou resolver reivindicações contra seu negócio de tecnologia de anúncios. No ano passado, a empresa tentou se defender do processo nos EUA, propondo a divisão de partes de seus negócios de ad-tech em unidade separada sob o aumento de 1,20% da Alphabet, aquém dos desinvestimentos totais que as autoridades americanas estavam buscando.

Em 2021, o Google resolveu outro caso de concorrência relacionado a seus negócios de tecnologia de anúncios na França, concordando em melhorar o acesso a dados para concorrentes e não usar seus dados para vender anúncios de maneiras que os rivais não pudessem reproduzir.

A empresa também concordou em pagar multa de US$ 237 milhões (R$ 1,15 bilhão).

Com informações de The Wall Street Journal

Fonte: Olhar Digital

Comentários