Pouquíssimas atividades não emitem metais pesados na natureza. Desde atividades industriais até o lixo doméstico que produzimos, essas substâncias são liberadas e chegam até os oceanos, que as absorvem. Pode parecer inocente, mas não é: esses metais nas águas representam uma ameaça para a vida marinha e humana, podendo causar contaminação e aumentar a incidência de doenças graves.

O que são metais pesados?

Segundo Rubens Figueira, especialista em Oceanografia Química do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, o termo “metais pesados” não se referem necessariamente aos metais, mas às substâncias e elementos químicos potencialmente tóxicos.

O especialista destaca:

Essas substâncias são encontradas naturalmente no meio ambiente, mas em excesso nas águas podem prejudicar a vida marinha e também humana.

Pode parecer distante, mas contaminação dos oceanos chega até nós (Foto: Ryan Pernofski/Unsplash)

Como isso prejudica os humanos?

Pode parecer fácil escapar disso – afinal, basta evitar a água contaminada, certo? Não é bem assim. Os metais podem se acumular também nos tecidos de animais que ingerem a água, como peixes, e, quando ingeridos como forma de alimentos pelos humanos, a contaminação continua.

Cadeia alimentar

Uma pessoa não precisa ingerir exatamente o animal em contato com a água para correr o risco: o acúmulo dos metais pesados afeta toda a cadeia alimentar. Isso porque um predador se alimenta de diversas presas e pode desenvolver diferentes níveis de contaminação.

Figueira destaca a contaminação por mercúrio, que permanece concentrada conforme a cadeia alimentar sobe, e afeta peixes, aves e mamíferos. Consequentemente, também impacta os humanos que os consomem.

Tartaruga nada em mar coberto por plástico
Contaminação afeta a vida humanda, mas também marinha (Imagem: Marti Bug Catcher / Shutterstock)

Acidentes ambientais

Soluções

O professor reforça que a “instalação de aterros sanitários e industriais, sistemas de filtragem do ar e estações de tratamento de esgoto, entre outras estratégias, têm o potencial de reduzir significativamente a contaminação do ambiente marinho”.

Ele também menciona políticas públicas, educação ambiental e reciclagem como forma de diminuir ou até eliminar a propagação dos metais pesados.

Com informações de Jornal da USP