Uma espada que se presume ter mais de três mil anos foi encontrada em um túmulo na Alemanha em surpreendente estado de conservação.

Descoberta na cidade de Nördlingen, na Baviera, a arma estava enterrada na sepultura de um homem, uma mulher e uma criança que os arqueólogos acreditam terem vivido na chamada Idade do Bronze – período compreendido entre os anos de 3300 e 1200 a.C. (ou AEC, no sistema de datação alternativo adotado pelos artigos acadêmicos mais recentes).

De acordo com um comunicado publicado pelo Escritório Estadual de Proteção de Monumentos da Baviera na quarta-feira (14), o trio teria sido enterrado em rápida sucessão, embora não esteja claro se eles teriam alguma relação uns com os outros.

“A espada está tão bem preservada que quase ainda brilha”, afirma o comunicado, que descreve que a arma tem um punho octogonal ornamentado feito de bronze em que agora se vê um tom esverdeado, devido à oxidação do cobre contido no bronze quando exposto às ações do ar e da água.

O punho de bronze tornou-se verde devido à oxidação do cobre presente no bronze. Crédito: Bronzezeitliches Schwert aus Nördlingen; Archäologie-Büro Dr. Woidich

Descobertas de espadas da época são raras naquela reigão

Segundo os arqueólogos, descobertas de espadas da Idade do Bronze são raras naquela região, onde muitas sepulturas da época foram saqueadas ao longo dos milênios.

Os pesquisadores disseram que a lâmina não tem marcas de corte visíveis ou sinais de desgaste, o que pode significar que a espada tinha um propósito cerimonial ou simbólico, mas não se descarta a hipótese de uso como arma ativa. Isso porque, segundo eles, o centro de gravidade na extremidade frontal da lâmina sugere que ela poderia efetivamente ter cortado oponentes.

Existem duas áreas conhecidas de fabricação de espadas octogonais na Alemanha da época. Uma no sul do país e outra abrangendo do norte da Alemanha até o sul da Dinamarca, de acordo com o comunicado. Não se sabe em qual delas a recém-descoberta foi produzida.

“A espada e o túmulo ainda precisam ser examinados para que nossos arqueólogos possam classificar esse achado com mais precisão”, disse Mathias Pfeil, chefe do Escritório Estadual de Proteção de Monumentos da Baviera. “Mas já se pode dizer: a condição é excepcional! Um achado como esse é muito raro!”.