A RCP (ressuscitação cardiopulmonar) tradicional não tem um grande histórico: em média, apenas 7% das pessoas que a recebem antes de chegar ao hospital recebem alta com função cerebral completa. Para contornar esse número sombrio, os médicos têm usado uma espécie de desentupidor de alta tecnologia para corações.

Para quem tem pressa:

Em 1988, o coração de um homem de 65 anos parou em casa. Sua esposa e filho não conheciam RCP. Então, em desespero, eles pegaram um desentupidor de vaso sanitário para fazer seu coração disparar até que uma ambulância apareceu.

Mais tarde, depois que o homem se recuperou no San Francisco General Hospital, seu filho deu alguns conselhos aos médicos de lá. Entre eles, estava: colocar um desentupidor de vaso sanitário próximo a todos os leitos.

Desentupidor para corações

Desentupidor para pacientes com infarto
(Imagem: Divulgação/Advanced CPR Solutions)

O hospital não seguiu o conselho do rapaz. Mas a ideia fez os médicos pensarem em maneiras melhores de realizar o método para compressões torácicas após parada cardíaca.

Mais de três décadas depois, numa reunião de diretores de serviços médicos de emergência realizada nesta semana em Hollywood, na Flórida (EUA), os pesquisadores apresentaram dados mostrando que o uso de uma configuração semelhante a um êmbolo leva a resultados notavelmente melhores para reanimar pacientes.

O novo procedimento, conhecido como RCP neuroprotetora, tem três componentes:

Os três equipamentos, que cabem numa mochila, custam cerca de US$ 20 mil (aproximadamente R$ 100 mil em conversão direta, na cotação atual) e podem ser usados ​​por vários anos. Os dispositivos foram aprovados separadamente pelo FDA – a Anvisa dos EUA.

Resultados do desentupidor

Ilustração realista de coração e batimentos cardíacos
(Imagem: Reprodução/Medanta)

Há cerca de quatro anos, os pesquisadores começaram a estudar a combinação dos três dispositivos usados ​​em conjunto.

Na reunião desta semana, o dr. Paul Pepe, pesquisador de RCP de longa data e diretor dos serviços médicos de emergência do condado de Dallas, relatou resultados de 380 pacientes que não puderam ser reanimados por desfibrilação, tornando suas chances de sobrevivência particularmente sombrias.

Entre aqueles que receberam o novo método de RCP 11 minutos após a parada cardíaca, 6,1% sobreviveram com a função cerebral intacta, em comparação com apenas 0,6% dos que receberam RCP tradicional.

Ele também relatou chances significativamente melhores para um subgrupo de pacientes que não tinham batimentos cardíacos, mas tinham atividade elétrica aleatória em seus músculos cardíacos.

As chances típicas de sobrevivência para pessoas nessas circunstâncias são de cerca de 3%. Mas os pacientes do estudo do Dr. Pepe que receberam RCP neuroprotetora tiveram 10% de chance de deixar o hospital neurologicamente intactos.

Com informações do The New York Times