O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, se reuniu nesta segunda-feira, 19, com o presidente da China, Xi Jinping, no Grande Salão do Povo, na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em uma tentativa de melhorar a relação entre os países que envolve: guerra comercial, Taiwan, hegemonia e guerra na Ucrânia. Essa é a primeira viagem de um chefe da diplomacia de Washington ao gigante asiático desde 2018. Foram 35 minutos de conversa entre as autoridades, que destacaram que houve progresso em pontos específicos, porem, ambos os lados declararam que é preciso mais. O líder chinês disse que “há necessidade de mais contribuições positivas dos EUA” e deixou claro sua posição. “Interações entre Estados sempre devem ser baseadas em respeito mútuo. Espero que, com essa visita, senhor secretário, você faça mais contribuições positivas para as relações sino-americana”, disse Xi Jinping. Já o secretário norte-americano, ressaltou que apesar do progresso, nada “será resolvido com uma só visita”. O encontro desta segunda mostra que não há desejo de nenhuma das partes que a relação sino-americana seja paralisada pelas desavenças ou hostilidades. “Tanto os EUA quanto a China tem responsabilidade de administrar essa relação de forma responsável. Fazer isso serve aos interesses dos EUA, da China e do mundo”, disse Blinken, durante entrevista coletiva.
A reunião entre o secretário de Estado e Xi Jinping era para ter acontecido em fevereiro, contudo, foi adiada após o episódio de um balão chinês que sobrevoou por dias o território americano, o que aumentou a tensão entre as duas potências. China diz se tratar de um objeto voador com funções de pesquisa. Antes de se encontrar com o chefe de Estado chinês, Blinken tinha se reunido com o ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, em que eles abriram caminho para melhorar as relações, mas deixaram claro que Taiwan ainda é entrave. “Continuamos a nos opor a qualquer mudança unilateral do status quo por qualquer uma das partes e continuamos esperando a resolução pacífica das diferenças”, disse o chefe da diplomacia dos EUA. A China aponta Taiwan como um dos principais pontos de divergência, já que considera a ilha – que compra armas de Washington – parte de seu território e não descarta o uso da força para recuperá-la. Taiwan é governada de forma autônoma sob o nome oficial de República da China desde 1949, quando os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá depois de perder a guerra civil chinesa contra os comunistas, razão pela qual Pequim continua a considerá-la uma província rebelde e reivindica sua soberania.
Durante a visita, Blinken repetiu que os Estados Unidos não apoiam a independência de Taiwan e manteve sua postura de manter o “status quo”, embora tenha dito ter “profundas preocupações com algumas das ações provocativas que a China tomou nos últimos anos, desde 2016”. Blinken considerou sua visita à China “um passo positivo” no objetivo de gerir “de forma responsável” a relação bilateral, embora “nem de longe” tenha resolvido os problemas e desacordos entre as duas potências. O secretário de Estado disse que cumpriu todos os objetivos da viagem e disse esperar que, a partir de agora, haja uma melhor comunicação entre Pequim e Washington. “Isso não vai resolver de repente todos os problemas ou divergências que existem entre nós, mas ambos concordamos que é fundamental administrar o relacionamento com responsabilidade”, destacou.
*Com agências internacionais
Fonte: Jovem Pan News
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