O programa de descontos do governo federal para “carros populares” abarca 34 modelos de 11 montadoras, conforme a tabela oficial divulgada na última semana. Mas os SUVs Hyundai Creta e Caoa Chery Tiggo 3X e o sedã Nissan Versa ficaram de fora da lista oficial.
Para quem tem pressa:
O InfoMoney buscou entender com as montadoras por que esses três modelos ficaram de fora da lista de descontos, considerando que custam menos de R$ 120 mil – o patamar estabelecido na regra do subsídio provido pelo programa do governo.
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Como o ‘carro popular’ funciona
Antes de entender porque os modelos em questão ficaram de fora, você precisa entender como o programa do governo federal funciona.
O percentual de desconto é estabelecido conforme uma pontuação atingida em quatro variáveis:
Pela regra, no caso dos carros, os descontos do programa variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil para modelos de até R$ 120 mil (entre 1,6% e 11,6% do valor “antigo”).
Como os três modelos excluídos cumprem o critério social do programa — custam até R$ 120 mil —, automaticamente sua ausência na lista tem que estar ligada ao não cumprimento de algum dos outros três critérios.
O objetivo de separar os carros por critérios é subsidiar veículos mais sustentáveis, que poluem menos, e, ao mesmo tempo, atender à população das classes baixa e média, que geralmente consomem os modelos na faixa de preço determinada.
Porque carros da Hyundai, Nissan e Caoa Chery ficaram de fora
Veja abaixo os motivos que levaram os modelos em questão a não entrarem na lista oficial dos “carros populares”:
Em nota, a Hyundai confirmou que o modelo ficou de fora porque “tem consumo energético superior ao teto estabelecido para ter desconto, segundo os critérios da Medida Provisória [nº 1.175/23]”.
A única versão que seria elegível ao programa seria a Action, opção de entrada do SUV, que custa a partir de R$ 116.590, segundo o preço sugerido no site da montadora. Esse modelo tem eficiência energética de 2,03 Mj/km (megajoule por quilômetro).
Em nota, a fabricante japonesa explicou que o modelo é importado do México e não atinge o critério mínimo de densidade produtiva. Ou seja, além de ser produzido fora do país, a maior parte das suas peças não são daqui.
Sendo assim, o modelo deixa de ser elegível para receber redução de preço. E a Nissan não informou a porcentagem de peças produzidas fora do Brasil.
Segundo a regra do programa do governo, quanto mais peças produzidas aqui, maior a pontuação que o modelo recebe.
O caso do Tiggo 3X é um pouco diferente: ele se encaixa no patamar de preço, mas a inconsistência não se dá por nenhum dos outros três critérios.
O modelo deixou de ser fabricado em 2022, mas isso não seria um impeditivo para participar do programa. A Volkswagen, por exemplo, incluiu o Gol, que também parou de ser produzido, na lista de descontos.
A questão é que não há mais unidades do Tiggo 3X em estoque para ser vendido. Portanto, esta é a razão de o veículo ter sido excluído da lista final do programa.
Informamos que não há estoque do modelo Tiggo3x na rede CAOA Chery. Se houvesse estoque, o modelo faria parte do programa de descontos para ‘carros populares’.
Caoa Chery, em nota
Com informações de InfoMoney
Fonte: Olhar Digital
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