Mustafa Suleyman, ex-chefe de IA do Deepmind, laboratório de pesquisa de inteligência artificial do Google, acredita que as IAs generativas, usadas pelo ChatGPT e Bard, devem ser avaliadas com um “teste de Turing moderno” para determinar sua capacidade de atingir a inteligência de humanos.

No livro The Coming Wave: Technology, Power an Twenty first Century´s Great Dilemma (A Próxima Onda: Tecnologia, Poder e o Grande Dilema do Século XXI), Suleyman, atualmente co-fundador da Inflection AI, diz que o teste de Turing tradicional não pode avaliar as capacidades das IAs. Para isso, ele sugere um novo teste que deve orientar os atuais pesquisadores do tema.

Por que o teste de Turing não tem mais eficácia para as IAs?

Conforme relata a Bloomberg, Suleyman considera que, atualmente, a indústria de tecnologia está focando de forma equivocada na possibilidade de alcançar a inteligência artificial geral (AGI) — algoritmos com habilidades cognitivas e capacidade de se igualar, ou até mesmo superar, a inteligência humana.

Para ele, o foco a curto prazo deve ser alcançar o que ele chama de inteligência artificial capaz (artificial capable intelligence, ACI): programas que podem definir metas e realizar tarefas complexas com pouca intervenção de humanos.

Calcular as capacidades de uma máquina ao alcançar a ACI seria possível através de um “teste de Turing moderno”, em que é passado um valor de US$100.000 e ela deve transformá-lo em US$1 milhão.

A IA conseguiria esse valor com um processo bem complexo (ao menos para as máquinas): elas deveriam buscar ideias de comércio eletrônico para investir, desenvolver projetos para os produtos, encontrar um fabricante para produzi-los e vendê-los com uma descrição completa do item.

Não nos importamos apenas com o que uma máquina pode dizer; também nos preocupamos com o que ele pode fazer.

Mustafa Suleyman.

Suleyman espera que as IAs consigam alcançar esse novo teste nos próximos dois anos.

Com informações de Bloomberg.

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