Dólar fecha em queda com expectativas sobre inflação e decisão do Copom
O dólar registrou uma queda e encerrou a sessão desta segunda-feira (19) à medida que os investidores reagiam a uma nova redução nas projeções de inflação para este ano e aguardavam a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada na quarta-feira (21).
O dia foi marcado por negócios reduzidos em todo o mundo devido ao feriado do Dia do Fim da Escravidão nos Estados Unidos.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,90%, sendo vendida a R$ 4,7751.
Na última sexta-feira (16), o dólar havia fechado em alta de 0,34% e estava cotado a R$ 4,8186. Com o resultado de hoje, a moeda acumula as seguintes quedas:
5,87% no mês; 9,53% no ano.
No mercado acionário, o Ibovespa subiu e ultrapassou a marca de 119 mil pontos.
Fatores que influenciaram os mercados
Com um dia de agenda esvaziada devido ao feriado no principal mercado acionário global, os investidores locais voltaram sua atenção para as novas projeções da economia brasileira.
Segundo o Boletim Focus divulgado hoje (19), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que reflete a inflação oficial do país, deve encerrar o ano de 2023 em 5,12%. Essa projeção representa uma redução em relação ao relatório anterior, que apontava para uma alta de 5,42%. Há um mês, as projeções indicavam um IPCA de 5,80% para este ano.
Mesmo com a queda, caso a expectativa se concretize, a inflação fechará o ano acima do teto estabelecido pelo Banco Central, que é de 3,25%, com uma margem de oscilação entre 1,50% e 4,50%.
No entanto, as projeções mais baixas para o IPCA também levaram a uma redução nas expectativas para a taxa básica de juros, a Selic. Agora, o mercado espera que a taxa encerre 2023 em 12,25% ao ano, em comparação com a previsão anterior de 12,50%.
Atualmente, os juros estão em 13,75% ao ano, e os especialistas acreditam que o Copom começará a reduzi-los em agosto. Para a reunião desta quarta-feira, espera-se que o Comitê mantenha os juros inalterados.
O Boletim Focus também apresentou a sexta alta consecutiva nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, que subiu de 1,84% para 2,14%. Em contrapartida, as estimativas para a taxa de câmbio caíram para R$ 5,00 no final do ano.
No âmbito nacional, os investidores também avaliaram um relatório divulgado pelo banco Goldman Sachs, que reduziu suas projeções para o dólar em 2023. A instituição acredita que a moeda encerrará o ano cotada a R$ 4,40.
A votação do novo arcabouço fiscal no Senado, que está prevista para esta semana, também foi monitorada.
No exterior, o foco continua nos próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Na semana passada, a instituição interrompeu o ciclo de altas e manteve a taxa básica de juros entre 5% e 5,25%, mas indicou a possibilidade de novos aumentos nos custos dos empréstimos ainda este ano.
Nesse sentido, os investidores aguardam o depoimento que o presidente do Fed, Jerome Powell, deve prestar ao Congresso norte-americano nos próximos dias.
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